Pesquisa de opinião realizada a pedido do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, apontou que, apesar de o chefe do Executivo ter força nas redes sociais, não consegue falar com a maior parte da população, que desconhece as ações do governo. A sigla, agora, tenta montar uma estratégia para reverter a situação, difundindo fatos positivos.
A "falha de comunicação" deve ser acertada no tempo de propaganda que Bolsonaro terá para promover sua campanha na tevê e no rádio para as eleições de outubro. "Os dados não podem ser ignorados. São importantes para qualquer estratégia de campanha", disse um membro da cúpula do partido, sob a condição de anonimato.
Com base no levantamento, o PL lançará mão de números positivos relacionados ao Ministério da Agricultura e enfatizar a queda no desemprego, apesar da pandemia. Além disso, quer focar na distribuição de recursos a estados e municípios, pintando o governo como o "salvador" das contas públicas dos entes federados e provedor de bons serviços durante a crise sanitária.
A estratégia já está sendo colocada em prática por Bolsonaro. A cada minuto que aparece na tevê ou em entrevistas a veículos de imprensa mais alinhados ao governo, o presidente reforçar as "benfeitorias" que vem realizando em sua gestão. O destaque vai para a infraestrutura, a compra de vacinas — ainda que não seja a favor da imunização —, e a geração de empregos.
Outro impasse é a questão do fundo eleitoral, que Bolsonaro tem resistência em utilizar. Em 2018, o presidente se recusou a usar o fundo para financiar sua campanha. Na época, ele destacou que não "seria justo pedir", pois havia votado contra.
O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, tenta convencer o presidente de que a estratégia não vai funcionar de novo e mostrar que outros partidos, como o PT, que está em larga vantagem à frente do presidente, não só vai utilizá-lo, como vai entrar com todas as forças. O PL tem à sua disposição uma fatia do fundão de cerca de R$ 340 milhões.