Sem poder de segurar preços

O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, afirmou que a empresa tem tentado explicar claramente à sociedade e ao Congresso que não pode segurar o preço dos combustíveis. "Trabalha (a empresa) em cima da legalidade, tem de praticar preços de mercados", declarou, em evento virtual do banco Credit Suiss, ontem. "Sabemos do prejuízo que é tentar segurar preços de forma artificial. Primeiro, vamos perder muitos investimentos, dificultar a importação."

Silva e Luna destacou que a Petrobras tem responsabilidade social, "porém ela não pode fazer políticas públicas". Segundo ele, a entrega de resultados financeiros para seus acionistas — sendo o maior deles, a União — e o recolhimento dos tributos aos cofres públicos são a contribuição da empresa para a sociedade.

Especialista em direito tributário, Sérgio Murillo Marello explicou que uma das maiores influências no preço de combustíveis é a variação do valor do barril de petróleo — que aumentou por causa da crise pandêmica global pandêmica. No Brasil, o câmbio também influenciou. "Existe um problema internacional, mas a moeda brasileira foi uma das que mais perderam valor na pandemia", disse. "Junto a isso, há questões políticas que o presidente Jair Bolsonaro não conseguiu fazer, como nenhuma reforma que o mercado achava importante."