O presidente Jair Bolsonaro (PL) confundiu em live, nesta quinta-feira (03/02), a origem do Padre Cícero, ao comentar sobre a revogação dos decretos de luto. O chefe do Executivo citou o estado de Pernambuco como procedência do religioso. Ao tentar confirmar a informação com assessores, ele se irritou e os chamou de "pau de arara".
"O que que é decreto de luto. O último decreto de luto foi pelo Olavo de Carvalho. Um dia de luto para ele. Tinham 122 decretos de luto no Brasil. Então, em 2000 e pouco, muitos decretos foram revogados porque a pessoa já faleceu, não tem mais finalidade de ter o decreto de luto incorporando aquela quantidade enorme de decretos no Brasil. E nós também revogamos alguns decretos. O que aconteceu? Aconteceu que dadas as nossa revogações, feitas em 2020, falaram que eu revoguei o luto de Padre Cícero. Lá do Pernambuco, é isso mesmo? Que cidade que fica lá? (silêncio). Cheio de pau de arara aqui e não sabem em que cidade fica Padre Cícero, pô? (mais silêncio). Juazeiro do Norte. Parabéns aí. Ceará, desculpa aí, Ceará", completou.
Bolsonaro seguiu dizendo que recuou do revogaço dos decretos de luto porque a oposição o teria acusado de desrespeito a Padre Cícero, mas destacou que apesar da medida, os mesmos "não precisavam mais existir".
"Então o que acontece, dada aquela confusão toda, começaram a esquerda a oposição, aquela confusão: “Olha só: ele não tem respeito pelo Padre Cícero e não sei o quê”. O que eu fiz. Liguei no mesmo dia para o chefe da SAJ, Secretaria de Assuntos Jurídicos. Falei: 'Pedro, vamos republicar o decreto de luto do Padre Cícero'. Não tinha necessidade de existir o decreto mais. Agora a ideia dele, já que reeditou este decreto do Padre Cícero, vamos reeditar dos 122. Ali tinha Médici, tinha todo tipo de gente ali. E nós resolvemos republicar 122 decretos. Prejudica aqui a nossa maneira de tratar com decretos? Sim. Prejudica mas tudo bem. Podia estar desburocratizado isso daí porque a homenagem ao falecido já foi prestada há 10, 20, 30, 50 anos atrás. Não precisava existir mais esse decreto. Mas tudo bem. Republicamos o decreto e está resolvido", concluiu.
Porém, o luto por Padre Cícero não aparece entre os 122 decretos de luto oficial revogados pelo líder do Planalto. Mas, em publicação nas redes no último dia 29, Bolsonaro relacionou o religioso aos que tiveram o decreto de luto revogado e reabilitado. Até mesmo uma foto do santo nordestino foi publicada no anúncio no qual ele relatou recuo da decisão de cancelar ao menos 25 decretos de luto editados por governos antecessores e que tornaria sem efeito as revogações dos atos.
Na publicação, o presidente cita decretos de luto revogados em 1991, durante o governo de Fernando Collor de Mello, entre eles os de Tancredo Neves, Santos Dumont e do ditador Castello Branco.
Entre os que também tiveram suas homenagens pós-morte canceladas, estão o empresário Roberto Marinho, do grupo Globo, o antropólogo Darcy Ribeiro, Frei Damião e o bispo católico Dom Helder Câmara.
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