Nos Estados Unidos, a deputada federal do partido democrata Susan Wild, do estado da Pensilvânia, citou o presidente Jair Bolsonaro (PL) como um risco "para a quarta maior democracia do mundo". De acordo com a parlamentar, a ameaça viria do fato de o presidente ter declarado que seu futuro se resume a três rumos: "estar preso, estar morto ou a vitória”.
A declaração de Bolsonaro ocorreu em agosto do ano passado, durante o 1° Encontro Fraternal de Líderes Evangélicos de Goiás. "Eu tenho três alternativas para o meu futuro: estar preso, estar morto ou a vitória. Pode ter certeza que a primeira alternativa não existe. Estou fazendo a coisa certa e não devo nada a ninguém. Sempre onde o povo esteve, eu estive", afirmou.
A deputada repetiu a frase dita pelo presidente brasileiro durante sessão da Comissão de Relações Exteriores do Congresso dos EUA, com a presença do secretário-assistente para as Américas do Departamento de Estado, Brian Nichols.
“Bolsonaro, o presidente da quarta maior democracia do mundo, o Brasil, provavelmente vai perder a eleição presidencial do ano que vem (sic), de acordo com pesquisas públicas. Porém, o presidente Bolsonaro afirmou: ‘Eu tenho três alternativas para o meu futuro: estar preso, estar morto ou a vitória’. Ele fez afirmações sem fundamento de que o sistema de votação eletrônica do Brasil produz fraude de forma ampla, apesar de ter vencido uma eleição presidencial em 2018 graças a esse mesmo sistema”, acrescentou.
Em seguida, a parlamentar lembrou que o presidente brasileiro é apoiado por militares e que o mesmo já incitaria um novo golpe militar no Brasil. “Ele ameaçou repetidas vezes a separação entre os Poderes, reunindo seus apoiadores contra a Suprema Corte [STF] e o Congresso do país, com linguagem muito carregada, sugerindo um golpe militar. E Bolsonaro sugeriu que pode não aceitar os resultados de uma eleição sob o atual sistema de votação”, continuou Wild.
Por fim, ela lembrou da invasão ao Capitólio ocorrida ao final do mandato de Donald Trump como presidente dos EUA, quando o então presidente defendeu a invasão do parlamento norte-americano.
“Acho que não preciso mencionar os paralelos perturbadores com o que aconteceu aqui nos Estados Unidos e continua acontecendo aqui nos Estados Unidos. Qual será a abordagem da administração [Biden] se, como esperado, Bolsonaro perder a eleição presidencial de 2022 e se recusar a aceitar o resultado?”, questionou a deputada.