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Bolsonaro enumera supostos desvios de dinheiro feitos na gestão do PT

Presidente falou sobre cifras desviadas na Petrobras, na Caixa Econômica, no BNDES e citou uma empresa estatal em Minas Gerais. Após o detalhamento, fez um apelo ao parlamento para ajudar o governo a zerar o imposto sobre o diesel

O presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitou a solenidade de assinatura das portarias que mudaram as regras para a prova de vida do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para detalhar as supostas cifras que foram desviadas na Petrobras durante a gestão do Partido dos Trabalhadores (PT), no período entre 2003 a 2016.

A intenção do presidente foi trazer justificativas para os altos preços que os brasileiros pagam hoje no produto. A pauta sobre mudança de cobrança no ICMS está prevista para ser discutida ainda esta semana no Senado

De acordo com o chefe do Executivo, os gerentes confirmaram, em reunião com o presidente da estatal, que houve um endividamento entre R$ 900 bilhões e R$ 1 trilhão desviados ou mal gerido. “Foram para os combustíveis que o consumidor paga. Esse é um retratinho 3x4 da nossa querida Petrobras”, declarou.

Bolsonaro informou que ocorreram também “desvios e prejuízos” de R$ 45 bilhões na Caixa Econômica, de R$ 500 bilhões no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e prometeu que irá falar na live semanal, amanhã, sobre os R$ 3,5 bilhões liquidados por uma estatal em Minas Gerais, a qual não mencionou o nome. Segundo o mandatário, a empresa mineira gasta “mensalmente R$ 1 milhão para administrar os escombros, não produz nada para a agricultura e faz falta para o agronegócio”.

“Eu já pedi aos ministros e secretários que me abasteçam com essas informações para nós mostrarmos o que aconteceu com o Brasil de 2003 a 2016. Quando se fala de cifras trilionárias, imagina como estaria o Brasil se esses recursos tivessem sido bem aplicados e não desviados”, disse.

Com isso, ele fez um apelo aos parlamentares para que “dêem poder aos poderes” para zerar o imposto do diesel. Após relembrar a dificuldade nas negociações para alterar as regras dos precatórios — que, em tese, abriria espaço fiscal para aumentar o valor do Auxílio Brasil, programa que substituiu o Bolsa Família —, Bolsonaro pediu para que o parlamento ajude na busca de alternativas para controlar o preço dos combustíveis.

“Em parte, o preço é alto pela roubalheira e má administração do passado. É difícil explicar para uma parte da população isso. Alguns têm o governo como se estivesse navegando em um mar de tranquilidade. Não foi, (foram) dois anos de mar revolto, mar grosso. Sobrevivemos”, justificou.

“Quando se fala em desvios trilionários, tem gente que acha que quem desviou tem que voltar. Se voltar é para desviar o dobro disso porque gostaram, mas eu não quero partir para essa linha. Quero crer que essas pessoas são mal informadas”, afirmou em referência à pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à frente nas pesquisas.

INSS

Sobre as mudanças no INSS, Bolsonaro comentou que era um “ato de desumanidade” a dinâmica como era feita a prova de vida. “A gente tem que se colocar no lugar dos outros para sentir como o outro está vivendo. Para nós pode não ser nada, mas para quem tem que colocar um parente, nessa idade [citando que 5 milhões de pessoas beneficiadas têm mais de 80 anos], muitas vezes têm outros problemas, fazem hemodiálise, por exemplo, isso é uma coisa enorme para eles. Não se pensava nisso no passado”.

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