Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou na abertura dos trabalhos de 2022, após período de recesso e férias dos ministros, que o chefe do Executivo, Jair Bolsonaro, vazou dados sigilosos que constavam em inquérito da Justiça Eleitoral, no ano passado.
"Informações sigilosas que foram fornecidas à Polícia Federal, para auxiliar uma investigação, foram vazadas pelo próprio Presidente da República em redes sociais, divulgando dados que auxiliam milícias digitais e hackers de todo mundo que queiram tentar invadir nossos equipamentos", declarou o ministro.
Barroso prosseguiu: "Tivemos que tomar uma série de providências de reforço da segurança cibernética dos nossos sistemas para nos protegermos. Faltam adjetivos para qualificar a atitude deliberada de facilitar a exposição do processo eleitoral brasileiro a ataques de criminosos". A declaração foi feita em videoconferência no início da noite desta terça-feira (1º/1).
Bolsonaro havia sido intimado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, a depor na Superintendência da Polícia Federal, no Distrito Federal, às 14h da última sexta-feira (28/01), após chegar ao fim o prazo de adiamento solicitado pela Advocacia Geral da União (AGU). O presidente da República, que não compareceu ao depoimento, deveria prestar esclarecimentos sobre o vazamento de informações sigilosas em relação a um ataque hacker aos servidores do TSE.