O polêmico episódio do Flow Podcast segue dando o que falar. Após a repercussão, o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) decidiu processar 17 responsáveis por perfis em redes sociais e mais quatro veículos de imprensa. Segundo ele, os alvos dos processos teriam o acusado, falsamente, de ter cometido crime de apologia ao nazismo.
O ex-deputado Jean Wyllys é um dos que, de acordo com Kataguiri, será processado. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP), a filósofa Márcia Tiburi, o historiador Jones Manoel, o jornalista Palmério Dória, o youtuber Henry Bugalho, os responsáveis pelos perfis Rosa Conservadora, Senhora Rivotril, Família Direita Brasil, Bolso Regrets, Jornalismo Wando, Thiago Brasil, Marcello Neves, Veronica do @vedaytos, Flávia Maynarte, Dilmãe Tá On e Sergio Amadeu, são os alvos.
Além disso, o deputado acusa quatro veículos de imprensa de distorcer o que ele falou no Flow Podcast e pedirá direito de resposta e indenização aos veículos Band News, The Intercept Brasil, Nexo Jornal e Blog da Cidadania.
Os canceladores não vão ficar impunes. O @RubensNunesMBL vai trabalhar bastante!https://t.co/x22aPMtQ2H
— Kim Kataguiri ???????? ?? (@KimKataguiri) February 15, 2022
Em nota, o advogado de Kataguiri, Rubinho Nunes, que é vereador em São Paulo, disse que os perfis, pessoas e veículos tentaram “assassinar a reputação do deputado”. "É justo e necessário que a tentativa organizada de assassinar a reputação do deputado por parte dos agentes citados leve à condenação e, por consequência, indenização como resultado de seus atos", alegou Rubinho (PSL-SP).
Que fique claro: eu e o MBL nunca processaremos ninguém por simplesmente criticarem membros do movimento.
— Rubinho Nunes (@RubensNunesMBL) February 14, 2022
Processaremos, sim, aqueles que nos acusarem de prática criminosa, como apologia ao nazismo, por exemplo. Isto nós não toleramos. #VamosProcessarTudo
Relembre
Tudo começou após o episódio do Flow Podcast, que foi ao ar na primeira segunda-feira de fevereiro (7/2), viralizar. Na ocasião o apresentador Monark defendeu a criação de um partido nazista no Brasil. O programa recebia como convidados os deputados federais Kim Kataguiri (DEM-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP).
A fala do apresentador aconteceu durante uma discussão sobre regimes radicais de esquerda e direita, e Monark saiu em defesa do “direito” de ser antissemita: “A esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço. Eu acho que tinha de ter o partido nazista reconhecido por lei.”
Em determinado momento, na discussão, Kim Kataguiri diz achar errado o fato da Alemanha ter criminalizado o nazismo. Na quarta-feira da mesma semana (9/2), Kim reconheceu o erro da fala e se desculpou. “Eu disse algo que ofende a comunidade judaica. Que faz com que ela se sinta ameaçada", afirmou. Entretanto, ele nega que tenha feito apologia ao nazismo.
"Cabe ressaltar que o nazismo jamais deve ser relativizado. Trata-se de um dos mais horrendos crimes cometidos na história da humanidade. Utilizá-lo como arma política para destruição de reputação de adversários políticos é um tremendo desrespeito não apenas com os sobreviventes do Holocausto, mas também com a comunidade judaica como um todo", disse, em comunicado, o vereador Rubinho Nunes, advogado de Kataguiri.
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