De malas prontas para a Rússia com mais quatro assessores, o secretário especial da Cultura, Mario Frias, foi obrigado a cancelar a viagem. A ordem partiu da Presidência da República, que decidiu por uma comitiva mais enxuta e repassou a orientação a todos os ministérios que contavam com representantes na agenda.
O presidente Jair Bolsonaro parte hoje para visitas de Estado a Moscou e a Budapeste (Hungria), em meio a uma escalada da tensão geopolítica na região, envolvendo a Ucrânia. Com a iminência de um conflito militar, o presidente foi aconselhado a adiar a visita, mas optou por mantê-la.
No sábado, o secretário fez uma live nas redes sociais, mas para comentar de outra polêmica relacionada a viagens — a que fez para Nova York, em dezembro do ano passado. Na apresentação, ele não mencionou o cancelamento para Rússia, Hungria e Polônia.
O deslocamento para a cidade norte-americana, que durou cinco dias com quatro compromissos oficiais na agenda, foi alvo de um pedido ao Tribunal de Contas da União (TCU) pelo Ministério Público (MP), vinculado ao órgão na sexta-feira, para que investigue os gastos da viagem.
O subprocurador-geral do MP junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado, quer que o tribunal averigue "se a viagem custeada com recursos públicos possuía razões legítimas para existir atendendo ao interesse público ou se serviu para atender — às escusas da lei — interesse personalíssimo e privado".
A viagem foi classificada como "urgente" pela secretaria e, segundo o Diário Oficial da União, o ministro estaria em Nova York para divulgar um "projeto cultural envolvendo produção audiovisual, cultura e esporte" com o lutador de jiu-jitsu bolsonarista Renzo Gracie, que o convidou. Para ir até lá, o secretário despendeu R$ 39 mil junto com Oliveira. Os dois também foram ressarcidos pelo governo por testes de covid-19, no valor total de R$ 3,6 mil.
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