Conselho de Ética

PT vai ao Conselho de Ética contra Kim Kataguiri por fala sobre nazismo

O deputado federal participou do polêmico episódio do Flow Podcast e disse que a ideologia deve ser rebatida no campo das ideias

Raphael Felice
postado em 09/02/2022 21:05 / atualizado em 09/02/2022 21:06
 (crédito: SERGIO LIMA)
(crédito: SERGIO LIMA)

O Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), após ele ter concordado com o agora ex-apresentador do Flow Podcast, Monark, que o nazismo não deveria ser considerado um crime na Alemanha. Também participou da conversa a deputada federal Tábata Amaral (PSB-SP), que discordou da dupla. 

O documento, assinado pelo deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), líder do partido na Câmara, e pela presidente do partido, Gleisi Hoffman (PR), ressaltou ‘perplexidade’ e ‘revolta’ com um momento do programa em que o apresentador Bruno Aiub, conhecido como Monark, defendeu a legalização de um partido nazista no Brasil, “de forma criminosa”.

No documento, os caciques petistas criticaram a postura de Kim Kataguiri, que teria concordado com a fala do apresentador.

“A Deputada Federal Tábata Amaral, de forma escorreita, discordou e criticou a afirmação e a defesa dessas ideias antissemitas. Entretanto, o Deputado Federal Kim Kataguiri, ora Representado, aderiu à opinião do apresentador e também defendeu a posição de que o nazismo não deveria ser considerado crime no Brasil e que as pessoas tinham o direito de propagar essa compreensão (liberdade de manifestação), no bojo de uma disputa social de ideias, contra e a favor da legalização do nazismo”, destaca o documento.

Após mencionar concordar com Monark que o nazismo não deveria ser considerado crime no Brasil, Kataguiri fez diversas críticas à ideologia política, disse que é avesso a elas, mas defendeu que o nazismo deve ser combatido ‘socialmente’, trazendo “luz às ideias” de quem concorda com a ideologia de Adolf Hitler.

Segundo a Constituição Federal de 1988, no Brasil, é crime "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional", segundo o artigo 20 da Lei nº 7.716/89, que prevê até três anos de reclusão ao autor. A Procuradoria Geral da República (PGR), também investiga se Kim e Monark fizeram apologia ao nazismo. 

 

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