A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Chapecoense aprovou, nesta quarta-feira (9/2), a convocação de dois dirigentes do clube catarinense para esclarecer o porquê das famílias dos jogadores vitimados no acidente aéreo em 2016 não estarem recebendo, desde janeiro, as indenizações que têm direito.
Nei Roque Mohr e Plinio David Filho, respectivamente atual e ex-presidente da Chapecoense, devem depor à CPI na quinta-feira que vem (17/2). O requerimento foi apresentado pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF), relator do inquérito.
A Chape está em processo de se transformar em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A alteração foi aprovada em janeiro e os membros da CPI temem que a nova entidade, formada a partir da efetivação da SAF, não assuma a responsabilidade pelos pagamentos aos familiares das vítimas.
“Fiquei triste com essa questão da Chapecoense. Aprovamos recentemente o novo sistema de Sociedade Anônima de Futebol e a Chapecoense foi um dos que se associaram a essa nova modalidade”, disse o senador Izalci Lucas (PSDB-DF).
A CPI apura os fatos relacionados ao acidente aéreo com o avião que levava o time catarinense para a decisão da Copa Sul-Americana, em Medellín, na Colômbia, em novembro de 2016. Morreram 71 das 77 pessoas a bordo. A investigação concluiu que a aeronave decolou sem reserva de combustível suficiente para permanecer no ar em caso de atraso na aterrissagem.
Após firmar, em julho de 2020, um acordo coletivo na Justiça para encerrar 26 ações trabalhistas com relação às vítimas do acidente aéreo, com o pagamento de total de R$ 250 mil por mês, divididos por todos os familiares das vítimas (equivalente a cerca de R$ 9 mil por família). O acordo em questão foi firmado na gestão do ex-presidente Plínio Filho.
No entanto, já sob comando de Roque Mohr, o clube deixou de fazer o pagamento a uma das favorecidas do acordo, no mês de dezembro. Em janeiro a Chape cancelou os depósitos a todas as famílias. A diretoria pôs a responsabilidade do problema na diretoria anterior.
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