ELEIÇÕES

Bolsonaro sobre PT: "Tem gente que tem saudades desses canalhas?"

Presidente também imitou o modo de falar do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e disse que muitos "porcarias" o antecederam

Ingrid Soares
postado em 09/02/2022 13:38 / atualizado em 09/02/2022 14:30
 (crédito: Reuters)
(crédito: Reuters)

Na tentativa de reverter os resultados negativos de sua popularidade, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem investido em ataques contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante viagens pela região Nordeste. Em visita à Barragem de Oiticica e em evento de anúncio de investimentos em Jucurutu, Rio Grande do Norte, o chefe do Executivo questionou: "Tem gente que tem saudades desses canalhas?"

"E não é só o povo nordestino que sofre não. Todo mundo sofre no Brasil em consequência desses canalhas", apontou.

Bolsonaro ainda se referiu aos R$ 51 milhões encontrados no apartamento de Geddel Vieira Lima (MDB), ministro nos governos Lula e Michel Temer (MDB).

"Aquela grana, aqueles R$ 50 milhões no apartamento de um 'companheiro', de onde veio? Foi a fada madrinha que botou lá? Ele foi lá no final do arco-íris e achou a caixa de dinheiro e levou para o apartamento? Estamos completando três anos sem corrupção. Vocês lembram, naquele período vermelho do Brasil, as televisões mostrando dutos com dinheiro saindo deles. Vocês querem a volta disso?", continuou.

"O que acontece hoje é completamente diferente e costumo dizer: se um dia aparecer corrupção, nós vamos colaborar porque pode acontecer. Ninguém está livre disso. Até em casa alguém faz algo errado. Por que aqui não pode acontecer? Mas se detectarmos alguma coisa, nós vamos atrás", garantiu.

A rejeição ao governo continua elevada para a eleições deste ano, acima de 50%, enquanto Lula permanece à frente das intenções de voto no primeiro turno. Em um eventual segundo turno, o petista ganha de todos os opositores com mais de 50% da preferência, conforme dados da edição de fevereiro da Pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (9/2).

Ainda rebatendo uma declaração anterior de Lula, Bolsonaro disse que não apresentou projetos com o objetivo de controlar a mídia. Depois, culpou governadores pela alta dos preço dos combustíveis e emendou críticas ao governo local de Fátima Bezerra (PT), que, segundo ele, estaria atrapalhando a obra de fechamento da barragem.

"A gente lamenta não podermos fechar a barragem para que ela possa encorpar e realmente represar água, porque virou uma questão política por parte da governadora. É dar atenção a minorias que lutam pelo direito a não barragens. O que é isso? Por causa de 10, 15 famílias ou pessoas que são usadas politicamente para tal, isso não é concluído", disse.

"A gente espera que brevemente nós consigamos pegar essas pessoas, como já está previsto, e alocá-las num local adequado para elas. Não podem 15 pessoas prejudicar mais de 300 mil outras que vivem na Região do Seridó. Essa barragem é muito importante para o nosso Nordeste. A gente pede a Deus que amoleça esses corações de pessoas que fazem maldade com o povo para buscar poder para si. Que isso brevemente seja solucionado", continuou.

Um vídeo falando sobre o entrave apontado por Bolsonaro foi postado por ele nas redes sociais.

Na solenidade, o chefe do Executivo também imitou o modo de falar do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "'Ah o presidente é grosso, falou palavrão'. Quantos porcarias me antecederam que falavam bonito? Até aquele que falava...", disse repetindo os trejeitos da voz de FHC.

"Lembram? Era roubalheira o tempo todo. O que nós queremos para o Brasil, a não ser fazer a coisa certa?", perguntou sendo ovacionado ao som de "mito".

"Querem botar um fala mansa lá? Botem. Quem vai pagar a conta? Vocês. Os números estão aí. Não estou alfinetando nem criticando ninguém, estou mostrando”, afirmou.

Bolsonaro ainda recorreu a palavrões para criticar a Fundação Nacional do Índio (Funai) e os governos antecessores. Segundo ele, sua gestão descobriu que, no passado, o órgão tinha um contrato de R$ 50 milhões para "ensinar o índio a mexer com Bitcoin".

"Durante a transição, após as eleições [de 2018] em Brasília, estávamos conversando sobre o que estava acontecendo com o governo anterior e como estava o governo. Descobrimos que a Funai tinha um contato de R$ 50 milhões para ensinar o índio a mexer com Bitcoin. Ah, vá para a puta que pariu, porra. Desculpe o palavrão aqui", bradou.

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