Após diversas representações ao Ministério Público Federal (MPF), o procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou, nesta terça-feira (8/2), a abertura de uma investigação para apurar a prática de eventual crime de apologia ao nazismo pelo deputado federal Kim Kataguiri (DEM/SP) e pelo ex-apresentador do Flow Podcat, Bruno Monteiro Aiub, conhecido como Monark.
Segundo a PGR, as acusações serão analisadas pela assessoria criminal de Aras, haja visto que o parlamentar possui foro privilegiado. Ainda que não possa se posicionar sem que tenha transcorrido a apuração, Aras reiterou que o discurso de ódio deve ser repudiado.
“Todo discurso de ódio deve ser rejeitado com a deflagração permanente de campanhas de respeito à diversidade como fazemos no Ministério Público brasileiro para que a tolerância gere paz e afaste a violência do cotidiano”, frisou.
O apresentador abordou o tema enquanto ocorria o debate sobre regimes radicais de esquerda e direita, e Monark saiu em defesa do “direito” de ser antissemita: “A esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço. Eu acho que tinha de ter o partido nazista reconhecido por lei”, disse. Já Kim Kataguiri teria afirmado que foi um erro a Alemanha ter criminalizado o partido nazista.
Nas redes sociais, o parlamentar se defendeu das acusações. “O que eu realmente disse sobre o nazismo: muito melhor expor a crueldade dessa ideologia nefasta para que todos vejam o quanto ela é absurda. Sufocar o debate só faz com que grupos extremistas cresçam na escuridão e não sejam devidamente combatidos e rechaçados. Irônico é ver quem normaliza os genocídios cometidos pelo comunismo falarem em direitos humanos. Essa gente não tem compromisso com direitos individuais, tem compromisso com o próprio projeto de poder”, escreveu.
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