O presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu apresentar em live, nesta quinta-feira (3/2), o responsável pela administração do cartão corporativo dele. No entanto, durante a transmissão por meio das redes sociais, o chefe do Executivo ignorou o assunto e usou parte do tempo para atacar o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PL) pela aprovação da tomada de três pinos: "Despesa bilionária para todos os brasileiros", afirmou.
"O Inmetro servia no no passado a algumas pessoas. Vocês lembram da tomada de três pinos? É. Foi gestada lá na barriga do Inmetro. Você gostou da tomada de três pinos em 2006? O prejuízo que deu para todo mundo? Esse era o Inmetro lá de trás", disse ao lado do coronel do Exército, Marcos Heleno Guerson de Oliveira Júnior, presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
"Quem era o presidente?", questionou o chefe do Executivo. "Se não me engano, era Luis Inácio", rebateu Guerson.
"O terceiro pino de aterramento tem a ver com terra? E o que eu vejo, muito comum acontecer, já aconteceu comigo. Quando você tem uma tomada de três pinos, você corta aquele pino e usa só dois. Não colou. Agora, foi uma despesa bilionária para todos os brasileiros", continuou.
Bolsonaro teria usado R$ 29,6 milhões no cartão corporativo no ano passado. O valor é cerca de 18% superior aos gastos nos governos da ex-presidente Dilma Rousseff e Michel Temer. O Tribunal de Contas da União (TCU) abrirá investigação para apurar as despesas a pedido do senador Fabiano Contarato (PT-ES), sobre "possíveis irregularidades na publicidade e nos gastos" do presidente Jair Bolsonaro (PL) com o cartão corporativo.
Mais cedo, em entrevista com jornalistas, Bolsonaro tentou justificar os gastos com o cartão corporativo afirmando que os débitos são referentes às viagens realizadas por ele.
"O meu gasto, como eu estou aqui hoje, tem despesa com cartão corporativo. Quando eu estive no Suriname, tem despesa. Eu viajo, diferentemente dos outros, que não tinham que viajar porque não tinham o que fazer. No meu cartão pessoal corporativo, o gasto é zero", afirmou em Porto Velho (RO).
Bolsonaro ainda afirmou que não utiliza o cartão pessoal para mostrar "exemplo" e que poderia, inclusive, ter aposentadoria da Câmara dos Deputados. "Eu podia ter gastado R$ 24 mil por mês, não gasto. Poderia ter pegado aposentadoria da Câmara de R$ 30 mil, não peguei. Desliguei aquecedor do Palácio. Isso tudo para dar exemplo", frisou.
No último dia 2, O presidente prometeu prestar esclarecimentos sobre seu cartão corporativo em sua live semanal de hoje. Em evento no Planalto, o presidente disse que estaria ao lado do "caboclo que administra o cartão".
"Busco dar exemplo. Pretendo botar na live amanhã o caboclo que administra o cartão corporativo. O sistema Globo falar que eu e meus filhos gastamos mais com cartão corporativo do que Lula e Dilma? Canalhice. Se bem que falar canalhice para a Globo é pleonasmo abusivo", disse na data.
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