A empresa Shox do Brasil Construções, condenada a arcar com indenizações coletivas e individuais em razão de condições análogas à escravidão de trabalho em obra na Base Aérea de Anápolis (GO), possui contratos com instituições federais que, juntos, passam dos R$58 milhões entre 2019 e 2021. Devido à condenação, o deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) fez representação à Controladoria-Geral da União (CGU) e ao Tribunal de Contas da União (TCU) com pedido de inidoneidade e a suspensão de contratos milionários da empresa com o governo federal.
“A empresa é flagrada cometendo um crime gravíssimo e é premiada pelo governo federal com contratos milionários. Pedimos a inidoneidade dessa empresa e que os contratos sejam suspensos imediatamente”, afirma o parlamentar. A empresa possui contratos com os Comandos da Aeronáutica e do Exército e também com a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco, a Codevasf. Pelo menos R$ 23 milhões do montante dos contratos são de recursos de emendas do relator, ou seja, do orçamento secreto.
Em novembro de 2020 sete operários da Shox foram resgatados pelo grupo móvel de combate ao trabalho escravo, formado por auditores fiscais do trabalho e Ministério Público do Trabalho (MPT). Segundo a condenação, os trabalhadores estavam passando fome ao ponto de fritar formigas para comer. “Apesar disso, o governo Bolsonaro não só manteve os contratos com a empresa, como assinou outros”, explica Elias Vaz.
Contatada pelo Correio, a empresa Shox do Brasil Construções não se manifestou até a publicação.
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