O pré-candidato à Presidência Sergio Moro (Podemos) disse na segunda-feira (1º/2) que a Petrobras é uma empresa “atrasada” e levantou a possibilidade de privatizar a petroleira e “todos os bancos públicos" em um eventual governo. As declarações foram feitas durante visita ao interior paulista, em São José do Rio Preto.
Segundo o ex-juiz, é necessário priorizar energias limpas em detrimento de combustíveis fósseis, vindos da exploração de petróleo.
“A Petrobras teve papel importante para o país, mas é uma empresa atrasada, que ainda vive da exploração do petróleo, um combustível que o resto do mundo já não está mais usando. Hoje estamos discutindo outras formas de energias limpas, mais ambientalmente corretas”, disse, segundo a Folha de S.Paulo.
Enquanto era juiz da 13ª Vara Federal, de Curitiba, Moro julgou centenas de casos de suspeita de corrupção em contratos de empreiteiras com a Petrobras na Operação Lava-Jato. Ele deixou o cargo e a magistratura em 2018 para se tornar ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro (PL).
Bancos públicos
Durante a palestra, Moro voltou a falar de privatização, desta vez em relação aos bancos públicos, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.
“Cada privatização precisa avaliar o momento, mas meu viés (sobre o assunto) é positivo. O assunto não pode ser um tabu. Outro exemplo são os bancos, a Caixa e o Banco do Brasil. Hoje, temos os bancos digitais que deram certo, mas estamos presos ao passado. Se for possível privatizar tudo, que se privatize tudo.”
O discurso é semelhante às pautas defendidas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que também falou em privatização da Petrobras e do Banco do Brasil em setembro de 2021.
O encontro de Moro em São José do Rio Preto foi patrocinado por uma filial do Grupo Lide, fundado em 2003 pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também pré-candidato à Presidência.
Doria também foi outro que já manifestou a intenção de leiloar a Petrobras em um eventual governo. Em live com ex-presidentes no último domingo (30/1), o governador de São Paulo defendeu que a estatal seja desmembrada em “três ou quatro” empresas.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro
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