O ex-presidente Lula (PT) comemorou o arquivamento do caso do triplex do Guarujá. Nesta sexta-feira (28/1), atendendo ao pedido do Ministério Público do Distrito Federal, a juíza Pollyana Alves, da 12ª Vara Federal Criminal, colocou um ponto final no processo.
Em entrevista à Rádio Liberal FM, de Belém (PA), o petista comentou o ocorrido logo no começo da conversa. “Quero começar com uma coisa boa, estou feliz, você tá vendo pela minha cara. Acabei de saber a notícia de que a 12ª Vara de Justiça Federal de Brasília anulou e arquivou o processo do triplex”, disse.
“O famoso triplex, a mentira contada pelos meus algozes, que vou evitar de citar o nome aqui, porque toda vez que eu cito ele fica aproveitando para tentar fazer disputa comigo. Mas as mentiras que foram contadas contra mim, no caso do triplex, ontem a Justiça Federal matou definitivamente esse processo. E eu sempre acreditei que a verdade viria à tona”, completou, se esquivando de citar o nome do ex-juiz Sérgio Moro.
Na decisão, a juíza Pollyana Alves reconheceu a prescrição para investigação dos crimes supostamente cometidos pelo ex-presidente pelo fato de ele ter mais de 70 anos. Nesses casos, a justiça determina que o prazo seja reduzido pela metade. “Ressalto, por oportuno, que a prescrição ora reconhecida decorre da anulação promovida pelo Supremo Tribunal Federal de todos os atos praticados pelo então juiz federal Sérgio Fernando Moro”, afirmou na decisão.
Mais tarde, na mesma entrevista, Lula voltou a falar sobre o processo e o que o arquivamento significa para ele e o Partido dos Trabalhadores. “Muita gente tinha previsto que o PT ia morrer, que o Lula ia morrer. Quem tem fé e consciência limpa vai vencer sempre. Estou numa posição de muita tranquilidade vendo a verdade aparecendo a cada dia. Quem era herói está virando bandido, e quem era bandido está virando herói”, disse.
Confira a íntegra da entrevista
O ex-juiz Sérgio Moro condenou Lula no processo do triplex do Guarujá na 1ª instância.
Os advogados de Lula, Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins, destacaram que o encerramento do caso serviu para mostrar que houve perseguição política. “O encerramento definitivo do caso do triplex pela Justiça reforça que ele serviu apenas para que alguns membros do Sistema de Justiça praticassem lawfare contra Lula, vale dizer, para que fizessem uso estratégico e perverso das leis para perseguir judicialmente o ex-presidente com objetivos políticos. Um caso sem nenhuma materialidade nem acusação concreta, e apenas com provas de inocência do ex-presidente”, alegaram.
Segundo a defesa, ainda, “o Supremo Tribunal Federal reconheceu a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro nesse caso e em outros em que ele atuou contra Lula, tal como demonstramos desde a primeira defesa escrita apresentada. Como consequência, declarou a nulidade de todos os atos, reconhecendo o caráter ilegal e imprestável da atuação de Moro em relação ao ex-presidente".