Preço do combustível

Lira diz que projeto que altera ICMS virou 'patinho feio' no Senado e direciona cobranças de governadores

Projeto aprovado em outubro na Câmara dos Deputados, ficou estagnado desde então. Proposta é vista como "eleitoreira".

O projeto de lei complementar (PLP) que altera a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis não vingou no Senado. Meses depois, diante de cobranças de governadores, Arthur Lira (PP-AL) teceu críticas em seu Twitter. O presidente da Câmara dos Deputados disse que entre os senadores o projeto “virou patinho feio e Geni da turma do mercado” e que a Câmara fez sua parte. 

O projeto, que havia sido aprovado na Câmara em 13 de outubro, altera a base de cálculo, fixando um valor. Atualmente, o tributo é calculado a partir do preço médio, revisto a cada 15 dias de acordo com pesquisa de preços nos postos.

Após dois meses sem registrar alta, o preço do combustível voltou a subir na última semana. O valor médio do litro vendido nos postos do Brasil passou de R$ 6,596 para R$ 6,608 – uma alta de 0,1%, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). 

O cenário provocou nos governadores dos estados mais insatisfação. O Comitê Nacional de Secretários da Fazenda (Comsefaz) divulgou na última sexta-feira (14/01) uma nota em que informava encerrar o congelamento do ICMS sobre os combustíveis na data originalmente prevista de 31 de janeiro.

O governador do Piauí e coordenador do Fórum Nacional de Governadores, Wellington Dias (PT-PI), afirmou em nota que os governadores fizeram sua parte “mas não valorizaram este gesto concreto, não respeitaram o povo. A resposta foi aumento, aumento mais aumento nos preços dos combustíveis", escreveu.

Em resposta à nota, Lira seguiu: “Agora, no início de um ano eleitoral, governadores, com Wellington Dias à frente, cobram soluções do Congresso. Com os cofres dos Estados abarrotados de tanta arrecadação e mirando em outubro, decidiram que é hora de reduzir o preço”, escreveu.

O governador Dias respondeu às manifestações de Lira nas redes sociais. "A Proposta, sem qualquer diálogo ou base técnica, e apresentada não resolve, e ainda causa desequilíbrio a Estados e municípios", disse. "Basta examinar o tamanho do lucro da Petrobras para saber quem está ganhando nesta falta de entendimento", declarou em nota. Com o retorno dos parlamentares em fevereiro, ainda há tempo para que a votação deste ou de outros projetos que trabalham na redução dos custos dos combustíveis avance.

Mais tarde, Lira voltou a tweetar, opinando que governadores acusam Congresso e Executivo "apenas para fazer uma cortina de fumaça".

E continuou: "Não aceito demagogia eleitoreira. Há um projeto na mesa e se eles discordam, tem força política pra sentar na mesa e discutir alternativas. Mas já é 2022 e tem gente que só pensa em outubro", concluiu o parlamentar.

 

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