O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou, ontem, com representantes do governo e do Legislativo espanhóis, além do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), para discutir a revisão que o país europeu está fazendo na reforma trabalhista aprovada em 2012. Estiveram presentes, também, seis centrais sindicais brasileiras.
O ministro da Inclusão, Migrações e Seguridade Social da Espanha, José Luis Escrivá, apontou que a precarização das leis trabalhistas leva à redução da qualificação da força de trabalho. Esse seria o motivo de atrasar a geração de emprego e renda de qualidade. "É uma mentira que a competitividade de um país seja conseguida reduzindo salários. Consegue-se com salários melhores combinados com a qualificação da mão de obra", afirmou.
Os espanhóis ainda destacaram que o debate sobre a legislação contribuiu para ajustar uma remuneração justa, e o resultado foi o aumento do salário mínimo na Espanha em cerca de 38%.
A reunião ocorreu em meio às reações negativas de políticos e de setores empresariais ante a intenção do PT de rever a reforma trabalhista aprovada no governo Michel Temer.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), esteve presente no encontro. "O PT votou contra a reforma do governo golpista que tirou direitos, achatou salários, dificultou o acesso à Justiça do Trabalho e precarizou o emprego. Hoje, está provado que ela não gerou empregos e prejudicou o trabalhador. O país precisa rever essa reforma, e é muito positivo que nossa proposta tenha acendido o debate", disse.
Jacy Afonso, presidente da sigla no Distrito Federal, ressaltou que "se a ex-presidente Dilma Rousseff não tivesse sido golpeada, não haveria essa reforma".