O Ministério da Saúde iniciou o processo de licitação que vai escolher quatro agências publicitárias que serão responsáveis por campanhas e propagandas da pasta no combate às fake news. Um contrato de R$ 215 milhões será dividido entre essas empresas.
Entre as possíveis campanhas a serem abordadas, consta no edital buscar motivos para a queda da cobertura vacinal por parte da população e, até mesmo, o impacto das fake news e movimentos anti-vacinação.
As agências devem ajudar o ministério a reforçar o compromisso com a vacinação e identificar notícias falsas com relação a eventos adversos de vacinas contra a covid-19, bem como esclarecer sobre as informações equivocadas sobre a falta de eficácia do imunizante.
Contudo, o escopo do material licitatório pode colocar o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) em rota de colisão com o próprio Ministério da Saúde. O mandatário não se vacinou e ainda duvida da eficácia dos imunizantes contra a covid-19 e sempre defendeu o uso remédios sem eficácia comprovada, como a cloroquina.
Em episódio recente, o presidente ainda insinuou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) teria motivos fora da ciência e da saúde da população para autorizar a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos. O presidente ainda voltou a afirmar que não a sua filha mais nova, Laura, não se vacinará.
No fim de 2021, o presidente chegou também a relacionar o uso da vacina contra a covid-19 com a maior contração do vírus HIV, causador da aids. A declaração foi feita sem o menor respaldo científico e não há qualquer pesquisa que indique algum tipo de relação.