O presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou melhora em seu quadro clínico, ontem, e já se alimenta por meio de uma dieta líquida. Os médicos que o acompanham descartaram a necessidade de uma nova cirurgia. De acordo com o boletim médico, o quadro de "suboclusão intestinal se desfez, não havendo a indicação cirúrgica".
Em entrevista à CNN, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do chefe do Executivo, disse que "ele pode, a qualquer momento, ter uma liberação por parte da equipe médica".
Bolsonaro deu entrada no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, na madrugada da segunda-feira, com obstrução intestinal. Ele precisou de uma sonda nasogástrica — um tubo instalado do nariz até o estômago ou intestino — para se alimentar, mas o dispositivo já foi retirado.
"O Hospital Vila Nova Star informa que o senhor presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, evoluiu com boa aceitação da dieta líquida ofertada durante o dia, o que motivou a retirada da sonda nasogástrica. O trato digestivo do paciente mostra sinais de recuperação. No momento, não há previsão de alta", diz o comunicado, assinado por cinco médicos, incluindo dois diretores do hospital.
Desde que Bolsonaro foi internado, a possibilidade de uma cirurgia chegou a ser cogitada, mas os especialistas que o atendem — incluindo o médico pessoal do presidente, Antônio Macedo — informaram que o tratamento foi eficaz, motivo pelo qual a cirurgia se tornou desnecessária.
Macedo, médico que acompanha o presidente desde que ele foi atingido por uma facada em 2018, chegou ao hospital na manhã de ontem. O especialista estava nas Bahamas e retornou às pressas para atender o chefe do Executivo.
Bolsonaro disse ter passado mal após o almoço de domingo, em São Francisco do Sul (SC), onde estava desde 27 de dezembro. O presidente, por sinal, foi alvo de uma saraivada de críticas por ter continuado de férias em meio à tragédia das inundações na Bahia — ontem, subiu para 197 o número de cidades do estado em situação de emergência, conforme dados da Superintendência de Proteção e Defesa Civil. Há mais de 102 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas. A Sudec informou, na segunda-feira, que houve 26 mortos em decorrência das fortes chuvas.
Antes de Santa Catarina, Bolsonaro passou, também, seis dias de férias no Guarujá (SP).