O presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou melhora clínica após a colocação de uma sonda nasogástrica — tubo inserido pela narina até o estômago ou intestino, que permite a alimentação do paciente. A informação consta do boletim médico divulgado pelo Hospital Vila Nova Star, onde o chefe do Executivo foi internado ontem, sob suspeita de nova obstrução intestinal.
Ele começou a passar mal no domingo. Segundo interlocutores, a situação ainda é consequência da facada da qual foi vítima, em Juiz de Fora (MG), durante a campanha à Presidência da República.
De acordo com o boletim médico, Bolsonaro "fez uma curta caminhada pelo corredor do hospital e permanece em tratamento clínico". Ainda não há avaliação definitiva quanto à necessidade de intervenção cirúrgica.
Após compartilhar uma foto nas redes sociais usando sonda gástrica, o presidente relatou ter passado mal após o almoço, enquanto ainda estava em Santa Catarina, e disse que faria exames para definir possível cirurgia. O chefe do Executivo aguarda a chegada ao país do médico Antônio Luiz Macedo, responsável por cuidar dele desde o atentado de 2018. O especialista estava em viagem às Bahamas e tem retorno ao Brasil previsto para hoje.
Inicialmente, Macedo avaliou que a tendência é de o presidente não necessitar de uma nova cirurgia, mas que a decisão só poderá ser tomada após exame presencial.
Testagem
O hospital tem, como parte de seu protocolo, a testagem para a covid-19 de todos os pacientes internados, mas fontes próximas ao presidente negam que ele tenha se submetido a esse exame. Questionada, a assessoria de imprensa do hospital não se manifestou até o fechamento desta edição.
Nas redes sociais, aliados e ministros do presidente pediram orações e relembraram a facada desferida por Adélio Bispo. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que o pai "passa bem" e que é "vítima de mal amados hipócritas desejando sua morte". "Cada vez que ele passa por isso é impossível não se indignar com a mentira de que Bolsonaro tem discurso de ódio, quando, na verdade, ele é a vítima do ódio", postou. Um discurso parecido foi compartilhado por outro filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
A primeira-dama Michelle Bolsonaro agradeceu pelas orações e mensagens de apoio. Ela acompanha o marido e também destacou que a internação é consequência do atentado. "Sequela que levaremos para o resto de nossas vidas, mas Deus é bom e tem o controle de todas as coisas", escreveu nas redes sociais.
Caso seja confirmada a necessidade de uma nova cirurgia será a sétima realizada por Bolsonaro desde a facada, nem todas relacionadas ao atentado (veja quadro). (Colaborou Israel Medeiros)