Depois da repercussão do vídeo em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece comendo farofa no meio da rua, em Brasília, pelo menos uma das postagens foi apagada das redes sociais. Na manhã desta segunda-feira (31/1), as imagens não estavam mais vinculadas ao perfil do ministro das Comunicações Fábio Faria (PSD).
A ausência foi notada por usuários do Twitter que haviam comentado a publicação do genro de Silvio Santos no domingo (30/1). “O Fábio Faria apagou o vídeo da farofada do Bolsonaro!! A coisa pegou tão mal que ele teve que apagar!”, escreveu o usuário Thiago Brasil.
O Fábio Faria APAGOU o vídeo da farofada do Bolsonaro!!
— Thiago Brasil (@ThiagoResiste) January 31, 2022
A coisa pegou tão mal que ele teve que apagar!#BOLSONAROPORCO
"A rejeição foi tão forte entre os bolsonaristas que se sentiram ofendidos (talvez pela primeira vez) em se verem representados", comentou a usuária Lana.
Apagaram o vídeo do Bolsonaro comendo igual um porco imundo.
A rejeição foi forte entre os bolsonaristas, que se sentiram ofendidos (talvez pela primeira vez) em se verem representados por um animal.— Lana LINDA & QUEBRADA (@lanadeholanda) January 31, 2022
Passeio de moto
As imagens foram gravadas logo depois que o presidente deu uma volta de moto pela cidade. Embora muitos apoiadores tenham comentado que o vídeo demonstra que Bolsonaro é "um homem do povo", a maior parte dos comentários foi negativa. Especialmente porque as postagens foram feitas no dia em que se divulgou a comparação dos gastos no cartão corporativo do presidente em relação aos antecessores.
Levantamento aponta que ele gastou R$ 29,6 milhões só até dezembro de 2021, valor que supera o gasto somado dos antecessores Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), R$ 24,9 milhões em quatro anos (2014-2018). "Só passando pra lembrar que não adianta comer com as mãos em sinal de humildade e simplicidade e gastar quase R$ 30 milhões do dinheiro do contribuinte no cartão corporativo. Não acredite no Bolsonaro e em seu teatro", criticou a ex-senadora Marina Silva.
Só passando pra lembrar que não adianta comer com as mãos em sinal de humildade e simplicidade e gastar quase R$30 MILHÕES do dinheiro do contribuinte no cartão corporativo. Não acredite no Bolsonaro e em seu teatro.
— Marina Silva (@MarinaSilva) January 30, 2022
O comentário foi reverberado por outros internautas, que também se espantaram com o aparente contraste entre a postura pública do presidente e as contas privadas dele. "A propaganda é de um presidente simples que derruba farofa de frango na roupa. Tudo isso no dia em que são revelados os gastos do cartão corporativo e se apura que ele gastou R$ 822 mil por mês desde o início do mandato. Bolsonaro é uma fraude", tachou o dono do perfil Anonymous.
A propaganda é de um presidente simples que derruba farofa de frango na roupa. Tudo isso no dia em que são revelados os gastos do cartão corporativo e se apura que ele gastou R$ 822 mil por mês desde o início do mandato. Bolsonaro é uma fraude.pic.twitter.com/ZrOqJM6lFt
— Anonymous (@AnonNovidades) January 30, 2022
Popularidade em queda
Apesar de ter sido apagado da conta do ministro das Comunicações, o vídeo continua no ar em perfis de outros apoiadores como de um dos filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL), e a deputada federal Carla Zambelli (PSL). Muitos internautas associaram a publicação a uma campanha para aproximar o presidente do povo, uma vez que pesquisas apontam o chefe do Executivo com uma popularidade cada vez mais baixa.
De acordo com os dados divulgados pela Modalmais e AP Exata, por exemplo, 54,3% dos brasileiros consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo. O documento traça um panorama dos principais pontos de crítica do governo e aponta que o desempenho ruim da economia e o constante antagonismo em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF) depõem contra o mandatário.
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