O presidente afastado do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Roberto Jefferson, encaminhou uma carta aos membros do seu partido criticando a postura de colegas de legenda, em especial Graciela Nienov. Ela assumiu o lugar de Jefferson depois que ele, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, foi preso preventivamente, acusado de participar de uma suposta milícia digital que realizou ataques às instituições democráticas. Na carta, Jefferson anuncia a demissão da dirigente e não poupa a filha, Cristiane Brasil, a quem também acusa de traidora.
"A Graciela me pediu demissão, eu aceitei, pois após os áudios do grupo dela perdeu qualquer condição moral ou política para continuar à frente da presidência", explica a carta entregue por Jefferson ao seu advogado Luiz Gustavo Pereira da Cunha.
O texto de Jefferson foi motivado por áudios vazados de um grupo de WhatsApp em que Graciela afirmou ter marcado reunião com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A prisão de Jefferson foi determinada por Moraes, no inquérito que investiga as milícias digitais, por organização de atos não democráticos. No último dia 24, Moraes determinou que Jefferson passasse para o regime de prisão domiciliar.
"A Graciela me desqualificou e me traiu. Quis apagar minhas lutas e o meu legado. Estou dizendo isso pelo que ouvi do grupo secreto da Graciela. A Graciela foi pior de que a Cristiane para mim, que foi pior do que Brutus foi para Júlio César", diz ele na carta.
O ex-deputado ainda destaca que poderia esperar uma traição como essa da filha, mas não de Graciela. "Quando ela me visitava na prisão, ela chorava, fazia minha Ana chorar, me fazia chorar, declarando amor, lealdade e compaixão. Como ao sair de lá ela podia fazer aquelas gravações no seu grupo secreto, de zombarias, desconstrução? Como?", questiona.
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