Poder

Delegada à frente da investigação contra Bolsonaro é considerada "linha-dura"

Taísa Medeiros
postado em 29/01/2022 06:00
 (crédito:  Reprodução/TRF4)
(crédito: Reprodução/TRF4)

À frente da investigação contra o presidente Jair Bolsonaro pelo vazamento do inquérito sobre invasão ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro é considerada uma agente linha-dura. Ela foi a primeira mulher a integrar o Comando de Operações Táticas (COT) da Polícia Federal, a "S.W.A.T brasileira", que atua em casos de narcotráfico internacional e terrorismo.

Denisse Ribeiro iniciou a carreira como agente da Polícia Federal em 2005. Em 2014, passou no concurso para delegada e mudou-se para Roraima, onde desmantelou uma quadrilha que traficava mulheres venezuelanas para a prostituição em Boa Vista, na chamada Operação La Sombra. Graças à atuação dela foram libertadas 16 mulheres. Em 2016, destacou-se na Operação Acrônimo, no Distrito Federal, que investigou supostos delitos cometidos pelo ex-governador de Minas Gerais Fernando Pimentel quando ele era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, de janeiro de 2011 a fevereiro de 2014. À época, ele presidiu a Câmara de Comércio Exterior (Camex) e era acusado de atuar em processos de interesse da construtora Odebrecht. Ela foi responsável pela primeira delação premiada assinada pela PF. O alvo era a diretora de uma agência de publicidade suspeita de manter caixa dois para Pimentel.

Em 13 de agosto, prendeu o ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson, por ameaças aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Recentemente, solicitou que repasses de dinheiro para canais que espalham fake news fossem suspensos — e foi atendida pelo ministro Luís Felipe Salomão, do TSE.

No relatório que enviou ao Supremo sobre a investigação contra Bolsonaro, ela enfatizou ter reunido elementos que apontam para "atuação direta, voluntária e consciente" do presidente no crime de violação de sigilo funcional. Destacou, ainda, que só não indiciou o chefe do Executivo por causa do foro privilegiado dele. No mesmo documentou, porém, pediu autorização para intimar e tomar o depoimento do presidente presencialmente.

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