Pré-candidato do Avante à presidência da República, o deputado federal André Janones (MG) avalia sua participação na corrida rumo ao Palácio do Planalto como "irreversível". Há dois dias, ele se encontrou com Sergio Moro, pré-candidato do Podemos, em São Paulo (SP). Apesar da reunião, o parlamentar garante que uma eventual composição só será possível se o Avante continuar encabeçando uma eventual chapa. Janones, aliás, crê que o ex-juiz não vai participar da eleição como postulante à sucessão de Jair Bolsonaro (PL).
Em dezembro, o partido fez um evento interno para oficializar o início da pré-campanha de Janones à presidência. Neste sábado (29/1), dirigentes e lideranças da legenda são esperadas no Recife (PE) para um ato que vai reforçar a pré-candidatura de Janones. Os dirigentes estão animados com resultados vistos em uma sondagem do Ipec sobre intenções de voto, quando o mineiro apareceu com 2%, ao lado de João Doria (PSDB).
"Diria que agora é um caminho irreversível. Até aqui, era um caminho reversível, algo que a gente estava colocando para ver se ia se consolidar ou não. Agora, já é um cenário absolutamente consolidado: vou estar na eleição de 2 de outubro", afirmou o pré-candidato, nesta sexta (28), em entrevista exclusiva ao Estado de Minas.
O projeto de Janones, que tem a redução das desigualdades sociais como mote, tem sido apresentado pelo Avante a outros partidos. Há, por exemplo, conversas com o antigo Partido Trabalhista Cristão (PTC), agora batizado de Agir, e com o Patriota, outrora Partido Ecológico Nacional (PEN).
É dentro da estratégia de abrir canais de diálogo com outras agremiações que se deu a ponte entre Janones e o Podemos de Moro.
"Falei [com Moro] sobre minhas propostas e deixei claro que temos um projeto de país que, talvez, tenha o mesmo objetivo final, mas trilha caminhos muito diferentes. Tenho feito um trabalho mais ligado aos menos favorecidos, e buscado a participação popular na construção do meu projeto, o que não é feito na construção da candidatura do ex-ministro – o que de maneira alguma o desqualifica ou significa um ponto insuperável na trajetória política", observou.
Aposta na força das redes sociais
Deputado federal em primeiro mandato, Janones ganhou notoriedade pela defesa do auxílio emergencial. De pouco em pouco, viralizou na internet e, hoje, apenas no Instagram, soma aproximadamente dois milhões de seguidores.
Ele reconhece ter diferenças com Moro, a quem, em determinado momento, chama de "puxadinho de Bolsonaro" - Ciro Gomes (PDT), por sua vez, é, para ele, o "puxadinho de Lula", do PT.
"Moro dialoga com um público um pouco diferente do público com quem dialogo. Mas temos um objetivo em comum, de reconstruir o país e apresentar uma opção diferente à polarização. Não creio que a candidatura do ex-ministro vá até o fim. Então, estamos abertos à construção e a buscar essa pluralidade de apoios. Democracia é isso".
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