Presidente defende o Telegram

Correio Braziliense
postado em 28/01/2022 00:01

O presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou de "absurdo" uma eventual suspensão do Telegram no país por falta de colaboração no combate a notícias falsas em ano eleitoral. "A gente está vendo, é covardia o que estão tentando fazer com o Brasil", protestou, ontem, em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

Com mais de 1 milhão de inscritos, Bolsonaro é bastante assíduo na rede e compartilha diariamente vídeos e pronunciamentos. À frente dos adversários, ele se tornou o pré-candidato à Presidência da República mais influente da plataforma. Filhos do chefe do Executivo também são usuários. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) tem 92 mil inscritos; o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), pouco mais de 69 mil; e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), 52 mil.

Conforme mostrou o Correio nesta semana, a plataforma é paraíso das fake news e passou de um simples aplicativo de troca de mensagens para um dos principais vilões da Justiça brasileira. A disseminação de conteúdo falso, violento e, muitas vezes, criminoso, é rotina.

Há mais de um mês, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, tenta contato com representantes do Telegram, sem sucesso. O ministro avalia a possibilidade de banimento da plataforma e defende que o assunto tem de ser debatido, também, pelo Congresso.

Em 16 de dezembro, Barroso enviou um ofício a Pavel Durov, CEO do Telegram, por meio eletrônico, solicitando uma reunião para discutir possíveis meios de cooperação entre o aplicativo e a Corte no combate à desinformação. No documento, a Corte enfatizou que, por meio da plataforma, circulam teorias da conspiração e informações falsas sobre o sistema eleitoral. (IS)

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