Memória

Correio Braziliense
postado em 26/01/2022 00:01

Polêmicas e palavrões

Com a chegada de Jair Bolsonaro à Presidência da República, o escritor Olavo de Carvalho foi elevado à condição de ideólogo do governo. Na primeira versão do ministério, contava com seguidores fiéis, como o ex-chanceler Ernesto Araújo e o ex-ministro da Educação Abrahan Weintraub — que substituiu Ricardo Vélez Rodriguez, indicação de Olavo para a "guerra cultural" que ele e seus seguidores enxergavam que deveria ser travada. Com o escritor, voltaram à tona questões sepultadas há décadas, como o comunismo, e ganhou força o preconceito com a China. Desbocado, Olavo se envolveu em várias polêmicas — relembre algumas.

A covid realmente existe? — Olavo não apenas menosprezava o novo coronavírus como não acreditava nas estatísticas de mortes e infecções em todo mundo. Enxergava uma grande conspiração com vistas a tirar a liberdade das pessoas. "Essa pandemia simplesmente não existe. Na verdade, você não tem um único caso confirmado de morte por coronavírus", disse. O Youtube retirou o vídeo por conter informações falsas.

Acusação de pedofilia — Em 2017, o cantor e compositor Caetano Veloso ingressou com uma ação contra Olavo por tê-lo chamado de pedófilo nas redes sociais. Olavo foi condenado a pagar quase R$ 3 milhões ao artista. Apesar da morte do escritor, a Justiça decidiu que Caetano poderá continuar com a execução da sentença e receber a indenização.

A terra é plana — Olavo chegou a reforçar o terraplanismo, contrariando todas as evidências científicas. "Não estudei o assunto da terra plana. Só assisti a uns vídeos de experimentos que mostram a planicidade das superfícies aquáticas. Não consegui encontrar, até agora, nada que os refute", escreveu em maio de 2019.

De novo o sexo — Pouco antes das eleições de 2018, Olavo publicou que o então candidato a Presidência pelo PT, Fernando Haddad, era incentivador do incesto. "Estou lendo um livrinho do Haddad onde ele defende a tese encantadora de que para implantar o socialismo é preciso derrubar primeiro o tabu do incesto. Kit gay é fichinha. Haddad quer que os meninos comam suas mães", publicou. A publicação foi excluída.

"Rompimento" com Bolsonaro — Em junho de 2020, Olavo fez duras críticas ao presidente. Em vídeo, reclamou da falta de apoio do governo. "E o que Bolsonaro fez para me defender? Bosta nenhuma. Aí vem com 'condecoraçãozinha'", afirmou, desfiando uma sequência de palavrões. Há poucos dias, disse que o presidente o usou como um "poster boy" — ou seja, utilizou sua imagem para chegar ao poder.

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