O pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, fez novos acenos a Marina Silva (Rede), que, como ele, em 2018 também disputou a corrida ao Palácio do Planalto. A expectativa, nos bastidores pedetistas, é de que se possa fechar uma chapa que reúna os dois partidos.
"Marina Silva tem todos os dotes e talentos para ser uma grande presidente do Brasil. Sou amigo e admirador dela, e gostaria muito de caminhar com a Rede, que é o partido da Marina, nessa mudança no Brasil", disse Ciro Gomes, em entrevista à BandNews TV, domingo à noite.
Para Ciro, a ex-ministra "seria muito bem-vinda por cada militante nosso e por mim, especialmente". Seguindo o slogan da campanha, lançada oficialmente na última sexta-feira, em Brasília, ele acredita que Marina "vai nos ajudar nessa rebeldia da esperança que o Brasil precisa".
O presidente do PDT, Carlos Lupi, também reforçou o desejo de ter Marina na chapa presidencial. Para ele, seria "excelente". "Ciro tem excelente relação com Marina, mas depende dela, da Rede, de a gente ajustar um programa conjunto. Gostaria muito", destacou.
Obstáculos
Apesar do flerte, a aliança tem obstáculos para ser concretizada. A Rede está em negociações para formar uma federação com o PSol, o que dificultaria a coligação com o PDT. Além disso, integrantes da Rede pregam abertamente o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno — como o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que se reuniu com o petista na última sexta-feira para discutirem o quadro eleitoral.
Quem também sonha em ter uma mulher como vice da chapa é o governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB João Doria. Ele fez vários acenos para a senadora Simone Tebet (MDB-MS) e ambos vêm enfrentando pressões de alas dos dois partidos para que se unam em uma candidatura única — ou deixem a disputa para apoiarem um candidato mais forte. A aliança é cogitada devido ao fraco desempenho dos dois, até agora, nas pesquisas de intenção de voto — ela tem 1% e ele, 2%.
"É natural que essas conversas surjam, até porque o Doria precisa criar fato político, eu tenho bom relacionamento com ele, fazemos parte do centro democrático. Mas sou candidata à Presidência da República, não há plano B de ser vice, isso não está no radar", afirmou Tebet, atribuindo a forças políticas de fora do MDB as especulações para fechar uma aliança com os tucanos. Porém, nesta semana, ela dará início à sua agenda de pré-campanha exatamente por São Paulo.
Dentro do PSDB, o governador enfrenta resistências para que o partido vá até o final das eleições com uma candidatura própria. O movimento contra Doria tem como um dos expoentes o senador Tasso Jeressatti (CE), que considera Tebet com mais chances para derrotar Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL) do que o próprio correligionário.
*Estagiário sob a supervisão de Fabio Grecchi
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