O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou nesta segunda-feira (24/1) que o reajuste para funcionários públicos "não dá para todo mundo". E questionou: "Vai dar aumento de R$ 0,10?" As declarações foram concedidas a jornalistas na chegada ao Palácio do Planalto.
"Tem esse espaço aí de R$ 1,7 bilhão, mas ele é pequeno, né? É um espaço pequeno. Não dá para todo mundo. Vai dar o quê? R$ 0,10 para cada um de aumento? Difícil", apontou.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou o Orçamento de 2022 com veto de R$ 3,184 bilhões, preservando os recursos de R$ 1,7 bilhão para o reajuste dos policiais e as polêmicas emendas do relator. Além disso, manteve o fundão eleitoral em R$ 4,9 bilhões, conforme a Lei Orçamentária Anual (LOA), publicada no Diário Oficial da União (DOU) de hoje.
Além de manter o valor aprovado pelo Congresso para o fundão eleitoral, de R$ 4,9 bilhões, Bolsonaro preservou os recursos das emendas de relator, que são destinados ao chamado “orçamento secreto”, utilizado nas barganhas políticas, sem transparência, em pleno ano eleitoral. O valor reservado para essas emendas de relator foi mantido em R$ 16,5 bilhões e supera gastos anuais de vários ministérios.
Do total de R$ 3,184 bilhões cortados pelo presidente, R$ 1,361 bilhão corresponde a emendas de comissão e R$ 1,823 bilhão corresponde às despesas discricionárias (não obrigatórias) dos ministérios.
O Ministério da Economia é contra o aumento salarial neste ano a funcionários públicos e calcula 1 ponto percentual de reajuste custa cerca de R$ 3 bilhões por ano.
Na terça-feira, funcionários públicos fizeram protestos. Liderado por representantes da elite do funcionalismo, o movimento cobrou aumento de até 28,15% nos contracheques e ganhou força após Bolsonaro prometer verba apenas para corrigir os vencimentos de policiais.
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