Após Jair Bolsonaro (PL) chamar de "insignificante" o número de mortes de crianças por causa da COVID-19, a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) reagiu e o chamou de "desgraçado". A parlamentar deu a resposta neste sábado (22/1), horas após o presidente da República dizer, em Eldorado (SP), que o público infantil não precisou de muitos leitos e atendimento complexo nos hospitais.
Ministério da Saúde diz que hidroxicloroquina é 'segura', mas vacinas não
"Desgraçado. Peço desculpas ao público em geral, mas não há outra palavra para classificar quem diz que é 'insignificante' a morte de crianças por COVID. Se tiver outra palavra, escreva no seu 'tuiter' (sic)", postou a petista.
Desgraçado.
— Maria do Rosário (@mariadorosario) January 22, 2022
Peço desculpas ao público em geral, mas não há outra palavra pra classificar quem diz que é “insignificante” a morte de crianças por covid.
Se tiver outra palavra escreva no seu tuiter. #Insignificante #ForaBolsonaroGenocida https://t.co/kLAKQI5NFW
A Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), grupo técnico do Ministério da Saúde, apontou, em dezembro, que 1.449 crianças já haviam morrido em virtude do coronavírus.
"Se você analisar, 2020 e 2021, mesmo na crise do coronavírus, ninguém ouviu dizer que estava precisando de UTI infantil. Não teve. Não tivemos. Desconheço criança baixar no hospital. Algumas morreram? Sim, morreram. Lamento profundamente, tá? Mas é um número insignificante e tem que se levar em conta se ela tinha outras comorbidades também", afirmou Bolsonaro, um dia após o enterro da mãe, Olinda.
Nesta semana, ministros estiveram em Lençóis Paulistas, no mesmo estado, para visitar uma menina que sofreu parada cardíaca por causa de uma doença rara - bolsonaristas, porém, levantaram a tese de que ela havia sofrido o incidente por ter recebido um imunizante antiCOVID-19.
Na quinta-feira (20/1), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a aplicação da CoronaVac, ligada ao Instituto Butantan, em jovens de 6 a 11 anos. O imunizante será incorporado à campanha de vacinação infantil.
Bolsonaro ofendeu deputada e precisou se retratar
Em 2014, Bolsonaro disse a Maria do Rosário que ela "não merecia ser estuprada". A ofensa ocorreu na Câmara dos Deputados. Cinco anos depois, já no Palácio do Planalto, ele precisou se retratar publicamente após decisão judicial.
"Em razão de determinação judicial, venho pedir publicamente desculpas pelas minhas falas passadas dirigidas à deputada federal Maria do Rosário Nunes", escreveu.
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