Governo sanciona Orçamento longe do rigor fiscal

Correio Braziliense
postado em 21/01/2022 00:01
 (crédito: Caio Gomez)
(crédito: Caio Gomez)

O Orçamento do ano eleitoral, com a sanção prevista para hoje, mostra a tibieza da política econômica comandada por Paulo Guedes. A peça aprovada no Congresso está longe de seguir os princípios fiscais e segue estritamente as prioridades estabelecidas pelo Centrão — leia-se um abastado Fundo Eleitoral de R$ 5,7 bilhões e a garantia de R$ 16,5 bilhões para as emendas de relator. A aprovação da PEC dos Precatórios serviu para financiar o Auxílio Brasil, mas também contribuiu para garantir recursos às campanhas eleitorais e até reajuste de servidores da segurança pública.

Com a economia marcada pela estagnação e pela inflação resistente, o governo Bolsonaro entra no ano eleitoral com pouco a oferecer no debate econômico. Restam alternativas como destacar ações como o Auxílio Brasil, voltado para a atender a população vulnerável, ou o lançamento da internet 5G. Mas é o gargalo fiscal que representará um ponto frágil para a candidatura de Jair Bolsonaro no debate econômico.

Recuperado

O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (Podemos) confirmou, via redes sociais, que testou negativo para a doença. Apesar do resultado, o pré-candidato à Presidência seguirá o isolamento e só retomará eventos presenciais na próxima semana. "Testei negativo para covid, então, o vírus foi superado sem maiores problemas graças às vacinas", publicou. Mesmo após anunciar que havia testado positivo para covid, dia 15, o ministro concedeu entrevistas de forma remota durante toda a semana. Teve tempo, ainda, de rebater o ex-presidente Lula, que o chamou de "canalha". "Você será derrotado", avisou Moro.

Senado vermelho

A deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) ironizou o presidente Jair Bolsonaro (PL), após o chefe do Executivo declarar que a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, pode concorrer ao Senado por São Paulo. "Com a habilidade que Bolsonaro tem para re(unir) a direita, em 2023, teremos um Senado vermelho, para dar sustentação a Lula", escreveu a parlamentar.

Vou pensar

Janaína já demonstrou interesse em concorrer ao Senado na chapa que será eventualmente encabeçada pelo ministro Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, para o governo paulista. O presidente voltou ao assunto ontem. "Não está batido o martelo, não. O convite foi feito, o Tarcísio gostou desta possibilidade, conversei com a Damares, e ela ainda não se decidiu", disse.

Outra frente

O presidente Jair Bolsonaro sinalizou que o governo estuda uma Proposta de Emenda Constitucional para reduzir o peso dos impostos federais sobre o preço de combustíveis. Após os seguidos confrontos com governadores, o Planalto tenta viabilizar um diálogo com o Congresso a fim de mostrar ao eleitorado que está comprometido em ajudar o brasileiro em tempos de gasolina a R$ 7.

Campo minado

A desavença entre o Tribunal Superior Eleitoral e o Telegram, rede social muito apreciada por extremistas, é mais uma frente no combate à desinformação no mundo virtual. Depois de canalizar muita energia e recursos para assegurar a confiabilidade da urna eletrônica, a Justiça Eleitoral tenta construir parcerias com as big techs na campanha eleitoral. O desafio não é trivial, considerando que as redes sociais tendem a ser palco estratégico — senão o principal — para os eleitores decidirem o voto.

Não está fácil

A aproximação entre o PSB e o PT, com apoios definidos em quatro estados, pode ser considerada uma boa nova em meio às intempéries da esquerda para apresentar uma alternativa à candidatura de Lula da Silva. Legendas de viés progressista — PT, PSB, PCdoB e PV — devem apresentar recurso ao Tribunal Superior Eleitoral para adiar a data final de registro das federações partidárias, marcada para 2 de abril.

Prazo apertado

Uma das razões é o prazo da janela partidária, que se encerra em 1º de abril. Partidos avaliam que as mudanças de última hora podem dificultar a formação de alianças.

Cidadão digital

Criado há 10 anos pelo Senado Federal, o e-Cidadania recebeu 97,1 mil sugestões para projetos de lei. O acesso à página interativa aumentou notadamente a partir de 2021, como efeito da pandemia. "Só em 2021 o e-Cidadania teve quase 130 milhões de visualizações, vindas de quase 22 milhões de internautas. Um aumento de 69,2% na visualização e 55,5% na quantidade de usuários. Os fatores desta explosão estão ligadas a decisões do Senado relacionadas à pandemia, à própria CPI da Pandemia e a aproximação do ano eleitoral" explicou o coordenador interino do Portal, Marcos Behr, à Agência Senado.

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