Bento diz que conta de luz ficou mais cara, mas promete que em 2022 custo diminuirá

O ministro de Minas e Energia condicionou a diminuição do preço da conta de luz à recuperação dos reservatórios do país e destacou que 40% dos consumidores que praticaram economia voluntária de energia em ao menos 10% serão contemplados com abatimentos que somam R$ 2,4 bilhões

Ingrid Soares

postado em 20/01/2022 22:39 / atualizado em 20/01/2022 22:46

(crédito: EVARISTO SA)

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou, nesta quinta-feira (20/01), durante transmissão de live ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL), que as contas de luz ficaram "um pouco" mais caras no ano passado, mas prometeu que em 2022 o custo diminuirá, desde que ocorra a recuperação dos reservatórios do país.

"E é por isso que aumentou 22% a tarifa [das contas de luz] no ano passado, por conta dessa geração termelétrica excepcional que tivemos que realizar, como também a importação de energia. Mas o importante é que o país superou essa crise energética, nós não tivemos racionamento, não tivemos apagão. Foi muito diferente do que ocorreu em nosso país em 2001", disse, sem mencionar os problemas de energia em Amapá.

"A nossa conta de luz ficou um pouco mais cara, mas também superamos isso. O país continua crescendo, gerando emprego e gerando renda", completou.

Já Bolsonaro, destacou que a adoção da tarifa de escassez hídrica não é "maldade" do governo e nem da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

"Não é você [Bento Albuquerque] que decide, nem eu. Quando se abre uma bandeira na conta de energia elétrica, é para você poder pagar a fonte de energia que é mais cara do que a hidrelétrica. Obviamente, a gente não sabe quando, mas vai acabar", disse. "É a Aneel que decide colocar a bandeira amarela ou vermelha exatamente neste momento. Não é maldade da agência, nem nossa. Obviamente, como choveu bastante, essa bandeira no corrente ano, ela vai...", disse o chefe do Executivo ao ser cortado pelo ministro.

Albuquerque então relatou que a recuperação das hidrelétricas possibilitará segurança energética e que, com isso, o custo da energia eventualmente cairá.

"Estamos trabalhando, presidente, para recuperar os nossas reservatórios e isso vai ser fundamental para que em 2022 tenhamos total segurança e, evidentemente, que o custo da energia vai cair, vai descer muito", disse. 

Por fim, o ministro disse que 40% dos consumidores que praticaram economia voluntária de energia em ao menos 10% serão contemplados com abatimentos que somam R$ 2,4 bilhões no próximo talão de conta.

"Boa notícia para os consumidores de energia. Agora, no mês de Janeiro, as distribuidoras de energia vão depositar nas contas dos consumidores R$ 2,4 bi. E que recurso é esse? Esse é o recurso dos consumidores que fizeram economia voluntária de energia de pelo menos 10%. R$ 2,4 bi na conta de 40% dos consumidores brasileiros".

"Vem automaticamente, vai ser abatido na conta do consumidor. Isso também foi fundamental para que superássemos o desafio da escassez hídrica que tivemos, da seca no país. Isso fez o consumidor brasileiro economizar R$ 9,5 bi e essas termelétricas não precisaram ser acionadas e, com isso, o consumidor deixou de pagar mais de R$ 9,5 bi. Então, parabéns ao consumidor brasileiro. Vocês forma fundamentais também para que nós superássemos essa situação difícil", concluiu. 

A medida faz parte do Programa de Incentivo à Redução Voluntária do Consumo de Energia Elétrica. Estão incluídos no programa os consumidores do chamado grupo B (baixa tensão) e do grupo A (média e alta tensão) das classes de consumo residencial, industrial, comércio, serviços, rural e serviço público.

Também recebem o bônus as residências que participaram do Tarifa Social de Energia Elétrica, benefício do Governo Federal que mantém descontos na conta de luz de famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único ou no Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Mesmo com o período de chuvas, a bandeira da tarifa de escassez hídrica seguirá até abril.