Em viagem ao Suriname, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (20/1), durante declaração conjunta com o presidente do país, Chandrikapersad Santokhi, que a Petrobras poderá ajudar na exploração de gás e petróleo local.
"Trouxemos uma equipe de ministros que buscam atender as justas reivindicações de nossos países. Temos a oferecer ao país nossa expertise na prospecção de petróleo e, por isso, trouxemos o ministro das Minas e Energia (Bento Albuquerque). Eu cumprimento e agradeço o que conversamos há pouco, na possível prioridade para que o país, através da Petrobras, venha a colaborar na prospecção de petróleo e gás", apontou.
"Também trouxemos o nosso ministro Tarcísio, da Infraestrutura, para tratarmos de assuntos referentes às ligações físicas entre os nossos países. Também o almirante Rocha (da Secretaria de Assuntos Estratégicos), falando pela Defesa, em especial, pela segurança no mar. O ministro Anderson (Torres), da Justiça, para tratar de assuntos de crimes transnacionais, e também o nosso chanceler, Carlos França, que coordena o nosso trabalho. Temos muito o que oferecer um ao outro, bem como cooperar. Esse é o nosso sentimento e esse é o motivo da minha vinda aqui. Agradeço o honroso convite. Os nossos povos, os nossos países têm muito a ganhar", concluiu o chefe do Executivo brasileiro.
Já o presidente Santokhi ressaltou que o Suriname e o Brasil são países não apenas vinculados geograficamente, mas que "compartilham de fortes laços históricos e culturais". Ele ainda agradeceu o Brasil pelo envio de vacinas contra a covid-19.
"A visita do presidente foi oportuna no sentido de consolidar ainda mais a parceria bilateral já forte existente para avançarmos rumo a uma cooperação estratégica no futuro. Saudar a prontidão brasileira em apoiar os esforços de vacinação no Suriname, oferecendo a doação de doses de vacinas contra a covid-19 e várias outras doenças. Estou convencido de que nossa cooperação no futuro em várias áreas, entre elas comércio, energia, incluindo petróleo e gás, segurança, defesa e migração, renderão resultados concretos em benefício mútuo", apontou.
Por fim, o presidente surinamês destacou a necessidade de solidariedade entre os países em desenvolvimento.
"Concluí a reunião bilateral de hoje expressando a necessidade de haver solidariedade entre os países em desenvolvimento e reitero aqui, na medida que entendo ser pedra angular para o fomento de qualquer relação que possa persistir. A solidariedade, particularmente nesses tempos que correm, é fator fundamental e necessário para fazer avançar o desenvolvimento sustentável para toda a humanidade", pontuou.
O Itamaraty informou que “os chefes de Estado mantiveram ampla troca de visões no espírito de fortalecer e de aprofundar a compreensão dos interesses comuns, nos níveis bilateral, regional e internacional” e “intercambiaram impressões sobre assuntos como segurança e defesa, infraestrutura, energia, comércio e investimento, e meio ambiente”.
E completou: “Sublinharam os laços de amizade e cooperação que unem seus países, no marco da boa vizinhança e do respeito ao Direito Internacional, bem como dos princípios e propósitos consagrados na Carta das Nações Unidas”.
Ainda segundo o Itamaraty, no tocante à agenda bilateral, os dois presidentes acordaram a retomada das consultas regulares no âmbito do Mecanismo Bilateral de Consulta Política, estabelecido em 2005, para passar em revista todos os aspectos das relações bilaterais e trocar impressões sobre questões regionais e internacionais de interesse mútuo; a retomada das negociações para a ampliação do Acordo de Alcance Parcial nº 41, com vistas a abranger maior número de setores econômicos e estimular os fluxos comerciais bilaterais; o lançamento de negociações sobre certificações sanitárias e fitossanitárias bilaterais, a fim de criar quadro jurídico e técnico adequado para o comércio agrícola e ajudar a promover a segurança alimentar em ambos os países.
Apex-Brasil
Além disso, também há a perspectiva de realização de um seminário bilateral envolvendo as comunidades empresariais dos dois países, a ser coordenado, do lado brasileiro, pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), com foco em novas oportunidades no setor de petróleo e gás, e a previsão de realização de uma missão da Apex-Brasil a Paramaribo, com o objetivo de compartilhar a experiência brasileira na criação e na operação de uma agência de promoção comercial e a análise das possibilidades, à luz do desenvolvimento da indústria de petróleo e gás offshore no Suriname, de cooperação relacionada à construção de capacidade técnica e institucional, ao desenvolvimento de conteúdo local e a energias renováveis, bem como de oferta de possíveis serviços relacionados ao setor energético ao Brasil, respondendo às necessidades dos estados da região Norte do país.
O reforço das relações tem como objetivo, segundo o Itamaraty, "ressaltar a importância da colaboração no campo da interconexão elétrica entre Brasil, Guiana, Guiana Francesa e Suriname, e incentivar o Banco Interamericano de Desenvolvimento a prosseguir com a nova fase dos estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental, no âmbito do Memorando de Entendimento assinado em 2019 por aquela instituição e as empresas de energia dos países interessados", apontou, emendando a intensificação da atual cooperação em segurança, com foco na colaboração na área de segurança pública e no combate ao crime organizado transnacional.
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