O presidente Jair Bolsonaro aproveitou a solenidade de lançamento de linha de crédito para apoio a aquicultores e pescadores para atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No evento ocorrido nesta quarta-feira (12/1) no Palácio do Planalto, o chefe do Executivo imitou gestualmente o petista que, por conta de um acidente, tem apenas nove dedos nas mãos. Bolsonaro disse ainda que Lula tem uma "vida pregressa imunda" e, apesar de não citá-lo nominalmente, o acusou de lotear cargos com vista a uma eventual futura gestão.
"Não tenho provas, mas vou falar. Como é que aquele cidadão (imita Lula 9 dedos) está conseguindo apoios apesar de uma vida pregressa imunda, já? Loteando ministérios. Para um partido, ofereceu a Caixa Econômica, do Pedro. Não pensem vocês que aparecem R$ 50 milhões num apartamento (em referência ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, que foi, durante o governo Dilma, diretor da CEF) de alguém por aí e foi a fada madrinha que botou a varinha e colocou R$ 50 mi lá dentro. Não, Com toda certeza, veio da Caixa Econômica, lá trás", disse.
Bolsonaro ainda apontou corrupção do PT em gestões passadas e perguntou se o país quer "reconduzir à cena do crime o criminoso".
"Quando se fala que "ah, não tinha corrupção no passado porque eu saí da cadeia. Voltou à estaca zero. Tinha corrupção. Dos R$ 100 bilhões que a Petrobras pagou de dívidas no ano passado, meia dúzia, bilhões vieram de dinheiro de acordo de leniência e devolução por parte de delatores. Um só delator devolveu R$ 100 mi. De onde veio essa grana? E querem reconduzir a cena do crime o criminoso juntamente com Geraldo Alckmin. É isso que queremos para o nosso Brasil?", questionou.
O chefe do Planalto relatou que em seus três anos de governo, dois foram de "mar revolto", com a chegada da pandemia.
"Três anos de governo, três anos na frente desse navio. Mas com dois anos de mar revolto: a questão da pandemia, com óbitos, com problemas na economia. De vez em quando, fico com os nervos à flor da pele porque eu quero resolver as coisas e somos impactados. Não temos aquela liberdade toda como alguns acham que tenho. Se fosse no quartel, cheguei até capitão... Aqui não é um quartel. Aqui devemos ao máximo zelar pela hierarquia e disciplina aqui dentro. Se não, não funciona."
Por fim, Bolsonaro subiu o tom, disse que possui uma equipe ministerial diferenciada, que ajuda a fazer com que o país não volte para mãos de "bandidos, canalhas" que ocupavam a Presidência "para assaltar o país por um projeto de poder que cujo ato final seria roubar a nossa liberdade".
"Só com pessoas com esse espírito, que muitos de vocês, a maioria de vocês que trabalham comigo poderiam estar muito bem fora, mas estão aqui dando a sua cota de sacrifício. Ajudando esse Brasil aqui realmente vencer a crise que se encontra no momento e fazendo também com que não volte para mãos de bandidos, canalhas, que ocupavam esse espaço aqui para assaltar o país por um projeto de poder que cujo ato final seria roubar a nossa liberdade", concluiu.
Apesar de a rejeição média do presidente Jair Bolsonaro (PL), de 50%, não ter sofrido alteração entre dezembro e janeiro, a avaliação negativa do chefe do Executivo cresceu entre as pessoas com nível superior, mulheres e jovens, conforme nova edição da Pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje.
A avaliação negativa do presidente entre pessoas com nível superior incompleto ou acima, um dos principais redutos de apoiadores do ex-capitão, também apresentou aumento, passando de 49% para 54%, entre dezembro e janeiro.
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