Na contramão do que defende o presidente Jair Bolsonaro, o Ministério da Saúde abriu uma megalicitação para a contratação de quatro empresas que vão cuidar das campanhas da pasta sobre diversos temas, como vacinação. Uma das metas destacadas no edital — com previsão de pagar um total de R$ 215 milhões para as vencedoras do certame — é tentar reverter o impacto das fake news sobre imunizantes, cujo alcance vem caindo nos últimos anos.
Entre os tópicos elencados no documento, o que trata dos “Desafios de Comunicação” destaca desinformação e notícias falsas como pontos de alarme a serem enfrentados. Em subtópico seguinte, versando sobre “Motivos das Quedas Vacinais”, estão enfatizados “movimento antivacina e fake news”, que mencionam eventos adversos relacionados aos imunizantes e colocam em dúvida a qualidade e a eficácia das vacinas.
O edital ressalta que o Ministério da Saúde quer manter a campanha lançada em 2019, chamada “Vacina Brasil”. Segundo o documento, o objetivo é reforçar a preocupação com a imunização. Por isso, a pasta demanda “uma série de ações integradas entre diversos órgãos públicos e a empresa (a ser contratada pelo certame) para conscientizar a população da importância da vacinação e desmistificar a campanha de fake news contra as vacinas”. “Seguimos em um grande esforço conjunto para refazermos um pacto sobre vacina neste país”, acrescenta.
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Resistência
A iniciativa do Ministério da Saúde vai de encontro ao posicionamento de Bolsonaro, crítico ferrenho, por exemplo, da vacinação contra a covid-19, especialmente de crianças. Por ações e declarações, o presidente tem tentado demover a população a se vacinar, disseminando fake news sobre imunizantes e pregando o uso de medicamentos sem eficácia comprovada no combate ao vírus.
No episódio mais recente, Bolsonaro atacou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ao questionar os motivos pelos quais o órgão autorizou a vacinação de crianças de 5 a 11 anos.
O próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tem trabalhado contra a imunização de crianças, num agrado ao chefe. Os dois criaram uma série de obstáculos para iniciar a vacinação de meninas e meninos, autorizada pela Anvisa desde 16 de dezembro.
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