A presidente do Partido dos Trabalhadores(PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não fará um “carta ao povo brasileiro”, como ocorreu em 2022, e nem atender ao “mimimi do mercado”.
"Não tem necessidade de carta ao povo brasileiro, as pessoas já conhecem o Lula. Não precisamos mais de um (Antonio) Palocci", disse Gleisi, em entrevista ao jornal O Globo divulgada nesta segunda-feira (10/01). A presidente do partido faz referência ao documento divulgado ao setor financeiro em 2002, quando Lula foi eleito, e Palocci o escolhido como primeiro ministro da Fazenda do governo petista.
Segundo a deputada, em 2022, a postura será diferente: "A única coisa que não vamos fazer é quebrar contratos, como o Bolsonaro fez com os precatórios. O resto nós vamos fazer. E não tem mimimi do mercado. Um país que não tem dívida externa, que tem este mercado consumidor não pode ter o povo com fome e sem renda”, completou, em referência à polêmica PEC dos Precatórios, que mudou as regras do teto de gastos e deu calote em dívidas judiciais, pedalando quase metade dos R$ 89,1 bilhões que deveriam ser pagos em 2022 para os ano seguintes, a fim de abrir espaço para gastos como, por exemplo, o Auxílio Brasil e as polêmicas emendas do relator, também denominadas como "orçamento secreto".
Propostas
A fala da deputada federal vem dias após planos dos petistas para a economia chamarem atenção. Na última terça-feira (04/01) o ex-presidente Lula elogiou a revisão da reforma trabalhista que está acontecendo na Espanha. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, na manhã desta segunda-feira (10/01), Gleisi reafirmou que é o partido não está satisfeito com a reforma trabalhista brasileira.
“Somos contra a reforma trabalhista, da forma como foi encaminhada. Quando se deu a discussão no Congresso Nacional, nossas bancadas no Senado e na Câmara votaram contra. Fomos contra o teto de gastos, também quando o processo foi discutido no Congresso”, lembrou a presidente do PT.
Ao O Globo, a presidente da sigla aponta a revogação do teto de gastos como uma das propostas eleitorais do PT. “O teto de gastos está desmoralizado e deve ser um dos primeiros a serem liquidados. Bolsonaro fez o orçamento de guerra e muitas outras coisas fora do teto aos olhos do mercado e agora querem exigir de nós respeito ao teto?”, questionou.
*Estagiário sob supervisão de Rosana Hessel
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