PANDEMIA

Ministério da Saúde mira combate às fake news com megalicitação

Quatro agências publicitárias devem dividir o edital de R$ 215 milhões que tem como um dos focos o combate às notícias falsas. Tópicos do texto licitatório colocam pasta e Bolsonaro em rota de colisão

Raphael Felice
postado em 10/01/2022 13:03 / atualizado em 10/01/2022 13:04
 (crédito: CB/D.A Press)
(crédito: CB/D.A Press)

O Ministério da Saúde iniciou o processo de licitação que vai escolher quatro agências publicitárias que serão responsáveis por campanhas e propagandas da pasta no combate às fake news. Um contrato de R$ 215 milhões será dividido entre essas empresas.

Entre as possíveis campanhas a serem abordadas, consta no edital buscar motivos para a queda da cobertura vacinal por parte da população e, até mesmo, o impacto das fake news e movimentos anti-vacinação.

As agências devem ajudar o ministério a reforçar o compromisso com a vacinação e identificar notícias falsas com relação a eventos adversos de vacinas contra a covid-19, bem como esclarecer sobre as informações equivocadas sobre a falta de eficácia do imunizante.

Contudo, o escopo do material licitatório pode colocar o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) em rota de colisão com o próprio Ministério da Saúde. O mandatário não se vacinou e ainda duvida da eficácia dos imunizantes contra a covid-19 e sempre defendeu o uso remédios sem eficácia comprovada, como a cloroquina.

Em episódio recente, o presidente ainda insinuou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) teria motivos fora da ciência e da saúde da população para autorizar a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos. O presidente ainda voltou a afirmar que não a sua filha mais nova, Laura, não se vacinará.

No fim de 2021, o presidente chegou também a relacionar o uso da vacina contra a covid-19 com a maior contração do vírus HIV, causador da aids. A declaração foi feita sem o menor respaldo científico e não há qualquer pesquisa que indique algum tipo de relação.

 

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