O comando do Exército prepara uma nota de esclarecimento sobre as diretrizes de combate à pandemia da covid-19 na instituição. A intenção é atenuar a irritação do presidente Jair Bolsonaro (PL) com o comunicado divulgado pelo comandante Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que determinava a vacinação da tropa para o retorno ao trabalho presencial, além da proibição de divulgar fake news relacionadas ao vírus.
Em uma reunião, ontem, o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, deixou clara a contrariedade com a repercussão do documento assinado por Paulo Sérgio.
Os protocolos fixados pelo Exército divergem do posicionamento de Bolsonaro, que sempre se colocou contra a obrigatoriedade da vacinação para os servidores.
Desde o ano passado, o governo federal só exige a imunização completa de colaboradores com comorbidades que desejam retornar ao regime presencial. Para os demais, a instrução normativa do Executivo não cita necessidade de imunização.
Apesar do incômodo do Planalto, a diretriz do Exército segue uma portaria do Ministério da Defesa, de 29 de novembro. Assinada por Braga Netto para entrar em vigor em 3 de janeiro, a portaria, no parágrafo três, destaca que os servidores e militares da administração central do Ministério da Defesa, com exceção de pessoas com comorbidades e outros casos específicos, "retornarão às atividades presenciais 15 dias após terem se imunizado contra a covid-19".
Segundo o Exército, o objetivo é o retorno pleno de todas as atividades administrativas e operacionais. Nas diretrizes, o comandante afirmou ser necessário avaliar a volta às atividades presenciais dos servidores, desde que respeitado o período de 15 dias após a imunização. "Os casos omissos sobre cobertura vacinal deverão ser submetidos à apreciação do DGP (Departamento-Geral do Pessoal), para adoção de procedimentos específicos", explicou o documento.
Outro ponto dessa diretriz do Exército que incomodou o Executivo foi a proibição de os militares divulgarem nas redes sociais qualquer informação sobre a pandemia sem antes confirmar a fonte e checar se ela é verdadeira, ou seja, não pode espalhar fake news. O documento diz, ainda, que os servidores devem orientar os parentes a agirem da mesma forma.
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