Uma pesquisa realizada entre os dias 2 e 4 de janeiro, pelo PoderData, divisão de estudos estatísticos do Poder360, mostrou que 71% dos brasileiros vacinariam os filhos contra o novo coronavírus, enquanto 16% não submeteriam as crianças à imunização e 13% não souberam responder. O estudo entrevistou, por meio de ligação, 3 mil pessoas em 501 municípios em todas as 27 unidades da federação.
A aceitação é maior entre as mulheres. 76% das entrevistadas disseram que sim, vacinariam um filho contra a covid-19. Pessoas que cursaram o ensino superior e os moradores do Centro-Oeste são outros grupos que apresentaram maior aceitação, sendo 77% e 84% para sim, respectivamente.
A pesquisa surge em meio à polêmica que cerca a vacinação pediátrica no Brasil. A vacina da Pfizer foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o público entre 5 a 11 anos desde dezembro de 2021, e até então debates foram levantados sobre a aplicação.
O Ministério da Saúde chegou a abrir uma consulta pública e recomendou, inicialmente, que a vacinação fosse feita com apresentação de prescrição médica. Entretanto, o Ministério voltou atrás da decisão e confirmou que não vai exigir receita médica para imunização e passou a adotar a presença de pais ou responsáveis ou autorização por escrito como única exigência para aplicação do imunizante.
Segundo a pasta, o primeiro lote de vacinas para o grupo pediátrico deve chegar ao Brasil no próximo dia 13. Já a distribuição aos estados deve começar no dia seguinte.
Saiba Mais
- Política Comando da CCJ deve sofrer alterações com o fim do mandato de Bia Kicis
- Política STF prorroga por mais 90 dias inquérito da suposta interferência de Bolsonaro na PF
- Política Bolsonaristas voltam a espalhar fake news sobre vacina contra a covid-19
- Política Randolfe pede ao STF que Bolsonaro seja multado por fake news de vacina infantil
Vacina x Bolsonaro
Crítico da vacina, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que sua filha mais nova, de 11 anos, não será vacinada. Em meio a uma terceira onda de covid-19 no Brasil, Bolsonaro afirmou que desconhece o número de óbitos de crianças pela doença e atacou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por liberar a vacinação do público pediátrico.
Em entrevista à TV Nordeste nesta quinta-feira (6/1), o chefe do Executivo aproveitou para recomendar aos pais que questionem os verdadeiros interesses dos “tarados por vacinas”. As declarações polêmicas do presidente podem ter efeito entre seus apoiadores. Na pesquisa feita pelo PoderData, a aceitação da vacina em crianças no grupo que consideram o governo entre ruim ou péssimo é maior do que no que considera bom ou ótimo.
Entre os apoiadores do governo, 58% responderam que sim, vacinariam os filhos. Enquanto no grupo dos opositores, o número de quem levaria o filho para se vacinar sobe para 77%. Mesmo assim, quando observadas as porcentagens entre os grupos, nota-se algo em comum: tanto nos apoiadores, opositores ou neutros, a maior parte das pessoas se mostraram favoráveis à imunização infantil.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.