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Bia Kicis sobre eleições: "Não vejo estremecimento na base de Bolsonaro"

Presidente da CCJ comentou também, em entrevista ao Correio, a candidatura de Lula à Presidência, dizendo que se "entristece muito ao ver um ex-condenado concorrendo". E defendeu Mourão no governo do Rio de Janeiro: "Colocaria uma ordem danada"

Maria Eduarda Angeli*
postado em 05/01/2022 17:38 / atualizado em 05/01/2022 17:39
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Apoiadora do atual governo, a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, Bia Kicis (PSL-DF), disse estar “conversando” sobre o partido ao qual fará parte para as próximas eleições. Segundo ela, há uma “receptividade muito grande” por parte do Partido Liberal (PL), legenda do presidente Jair Bolsonaro.

A deputada participou, nesta quarta-feira (5/1), do CB.Poder, no qual abordou suas pretensões políticas para 2022, o cenário pré-eleitoral e a corrida presidencial. A parlamentar falou, ainda, sobre vacinação de crianças contra a covid-19 e sobre a votação de uma reforma tributária. O programa é uma parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.

Bia Kicis contou que seu futuro político ainda não está completamente definido, mas afirmou que deve se candidatar à reeleição como deputada federal, a depender dos próximos passos de Flávia Arruda (PL-DF), ministra da Secretaria de Governo. “Ainda vamos conversar. Sabe como é a política, né? As coisas mudam de uma hora para a outra”, ponderou.

A parlamentar também destacou que não vê estremecimento na base do governo Bolsonaro. Pelo contrário, segundo ela, o apoio ao presidente estaria “muito consolidado”. Embora haja a possibilidade de alguns partidos se aliarem ao PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Kicis pontuou que a “ampla maioria estará com o presidente Bolsonaro” e que o atual chefe do Executivo possui uma grande rede de apoio no Distrito Federal.

Para a deputada, não se pode descartar, a chance de Hamilton Mourão (PRTB) seguir como vice na chapa presidencial de Jair Bolsonaro, mas ela disse também que há outras cartas na mesa. Kicis afirmou que adoraria ver o general como governador do Rio de Janeiro: “Acho que isso poria uma ordem danada no estado”.

Apostas

A presidente da CCJ disse não apostar em uma terceira via para a corrida presidencial, afirmando que o cenário das eleições deve ser polarizado. “Acho que vamos chegar em outubro com presidente Bolsonaro e Lula, o ex-condenado. Me entristece muito ver um ex-condenado concorrendo. A gente vê que a situação eleitoral do Brasil está bastante complicada, mas acho que vai ser isso mesmo”, lamentou.

Sobre o receio de que o atual chefe do Executivo falte novamente aos debates eleitorais, como fez em 2018, em razão de seu estado de saúde, Kicis afirmou não ver a possibilidade de ausência se o caso de instrução intestinal for bem cuidado. "É importante lembrar que o presidente Bolsonaro sempre foi um atleta. Ele foi o 01 da turma dele de educação física, então ele é uma pessoa muito forte. Mas aquele atentado realmente mexeu com a saúde dele”, comenta a deputada, sobre a facada recebida pelo então candidato à Presidência em Minas Gerais.

Reforma

Kicis também comentou sobre a possibilidade de se votar, no Congresso, alguns projetos durante o primeiro semestre de 2022, e destacou sua preferência pela aprovação da Reforma Tributária proposta pela PEC 7/20, de autoria de Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP): “Eu apostaria muito nessa reforma, acho que ela traria benefícios demais para o governo e para os brasileiros”.

A PEC referida pela parlamentar é diferente daquela em tramitação no Senado Federal: a PEC 110. “Isso acontece muito, é muito comum. Uma Casa tramita uma coisa, uma tramita outra. Vamos ver quem chega primeiro e tem a maior aceitação”, comentou.

Vacinação infantil

Ao falar da pandemia contra a covid-19, a entrevistada frisou o direito de escolha dos pais em relação à vacinação dos filhos. Sendo assim, segundo ela, a obrigatoriedade da imunização infantil configuraria uma “estatização” das crianças. “Luto pelos direitos de os pais de escolherem. Não podemos estatizar nossas crianças”. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) confirmou, na segunda-feira (3), que o DF dará início à imunização de crianças com idades entre 5 e 11 anos. A previsão do chefe do Executivo local é de que as doses comecem a ser aplicadas no fim do mês de janeiro.

Confira também a versão em podcast:

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

 

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