O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) solicitou ao Senado a convocação do chanceler brasileiro Carlos Alberto Franco França para explicar a recusa de ajuda humanitária da Argentina à Bahia, onde pelo menos 24 pessoas perderam a vida por consequência das enchentes que atingem o estado. Quase 500 mil pessoas já foram afetadas em todo o estado. O número de feridos já passa de 430.
Em seu pedido, Randolfe argumenta que a Constituição estabelece que as relações internacionais do país devem buscar integração com outros países da América Latina, “mas mesmo diante de uma tragédia humanitária provocada pelas fortes chuvas e enchentes na Bahia, o governo de Jair Bolsonaro é incapaz de respeitar a Carta Magna e de receber a solidariedade e ajuda do governo argentino”.
“O Congresso Nacional não pode ficar inerte enquanto a Constituição Federal é aviltada e mais de 600 mil pessoas são deixadas à míngua. Dessa forma, requeremos a convocação do senhor Carlos Alberto Franco França, Ministro das Relações Exteriores, para que compareça perante a Comissão Representativa do Congresso Nacional”, justificou o senador.
A convocação ocorrerá caso os parlamentares aprovem, na Comissão de Relações Exteriores, o pedido de Randolfe Rodrigues. Os trabalhos, no entanto, estão suspensos até fevereiro de 2022, quando as atividades retornam no Congresso.
O pedido de ajuda humanitária foi negado pelo Ministério das Relações Exteriores sob o argumento de que “a situação está sendo enfrentada com a mobilização interna de todos os recursos financeiros e de pessoal necessários”.
A pasta também ressaltou que há uma reserva de R$ 200 milhões para o enfrentamento da emergência, que “permitirá o auxílio àquela população e a mitigação dos danos causados pelas enchentes”.
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) – que está de férias em Santa Catarina e tem sido alvo de críticas nos últimos dias após aparecer montado em jet skis no litoral em meio à crise na Bahia – disse em suas redes sociais que os serviços oferecidos pela Argentina já estão sendo realizados por agentes da Defesa Civil e membros das Forças Armadas.