Entre aqueles que pretendem poupar ou investir o 13º, os principais destinos desse dinheiro serão a reserva de emergência (56%), investimentos em ativos financeiros (26%) e gastos de começo do ano (19%), como matrículas, IPVA e IPTU.
Entre os interessados em ativos financeiros, quase metade (48%) dos entrevistados afirmou que deseja investir 50% do salário extra, enquanto outros 39% destinarão entre 20% e 50% do 13º a essa finalidade.
As principais aplicações escolhidas para investir são títulos de renda fixa (50%) - como tesouro direto, CDBs, LCIs e debêntures, ações (45%) e fundos de investimentos (36%). Destaque para criptomoedas que aparece em 4º, apontada por 22% dos entrevistados.
"Entre os entrevistados que pouparão, mas não investirão o 13º, chama a atenção a falta de conhecimento sobre educação financeira, visto que os principais motivos para não investir são 'deixar guardado na poupança' (39%), 'não sei investir' (14%), 'nunca pensei a respeito' (13%) e 'não confio que os investimentos vão me dar um bom retorno' (8%). No total, é um gargalo que abrange 73% dos respondentes", finaliza o analista.
Em um levantamento realizado por uma empresa de renegociação de dívidas, a Acordo Certo, foi divulgado que, dos consumidores que receberão 13º salário, 38% utilizará todo o recurso e ainda vai faltar. Além disso, 49% usará para pagar dívidas atrasadas e 35% para pagar contas do dia a dia.
A pesquisa apontou ainda que, para 67% dos entrevistados, o 13º salário vai ser fundamental para não ficar no vermelho, situação bem comum em época de grandes gastos como final e início de ano. Assim, 70% das pessoas afirmaram que o 13º vai salvar os gastos de final e início de ano.
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A educadora financeira Bruna Alleman, da Acordo Certo, explicou que a preocupação com as dívidas no final do ano é comum porque é um momento de reflexão. "Pensamos em ano novo, contas novas", afirmou a especialista.
Para ela, para manter as contas no azul, é necessário manter um equilíbrio emocional e racional financeiro. "Existe um percentual de pessoas que não sabem nem pra onde o dinheiro vai. As pessoas foram levando a situação financeira até onde não deu mais", lamentou.
Na visão da especialista, o primeiro passo para não ficar no vermelho é reservar a partir de agora. "Dê uma olhada em todos os seus custos fixos, inclusive suas contas básicas, alguma coisa você vai ter que adaptar. Tirar qualquer tipo de luxo. Listar suas dívidas, por exemplo, você não pode deixar de ter moradia, educação, transporte e alimentação e saúde. Essas são as dívidas que as pessoas precisam negociar porque afetam diretamente na vida delas", aconselhou.
Além disso, é fundamental não depender de renda extra. "É contar com alguma coisa que você não tem. Vamos aprender com as nossas dívidas. Ou seja, separa um valor para quitar dívida mas separa um valor para você guardar. Não utilize o 13º inteiro, comece a aprender a não viver no limite, você tem que fazer suas contas caberem dentro dos dois salários", finalizou. (GC*)