Em recurso apresentado no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, pediu que o ministro Alexandre de Moraes reconsidere a decisão que manteve sua condenação e o afastou do cargo como representante do estado. A intenção do político é voltar a comandar o governo do Rio.
No recurso feito ao Supremo, a defesa alega que o processo deve ser anulado, pois foram cometidos abusos na ação contra o político.
"Tal contexto leva a consequente nulidade de todo o processo de impeachment, eis que diante da flagrante podridão da “arvore” (prova ilícita determinada por juízo suspeito e absolutamente incompetente), contaminado estão todos os frutos (provas) decorrentes de tal arvore podre, gerando a nulidade dos atos processuais decorrentes, bem como, do impeachment que jamais teria ocorrido se inexistissem tais provas ilícitas determinadas por juízo suspeito e absolutamente incompetente", dizem os advogados de Witzel.
Os advogados afirmaram que o Tribunal Especial Misto teria negado a Witzel o direito da ampla defesa. Ainda segundo a defesa, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) posteriormente aprovou as contas do ex-governador.
"A Alerj é quem possui a competência constitucional de julgar e dar a palavra final sobre a regularidade das contas do Governo Estadual, e ao exercer sua competência de forma plural com a totalidade dos parlamentares, as contas do agravante foram aprovadas com grande margem favorável, demonstrando que os pouquíssimos 5 deputados estaduais que foram escolhidos para condenar o agravante no tribunal de exceção", alega a defesa.
Impeachment
Wilson Witzel foi afastado definitivamente do governo do Rio de Janeiro em abril de 2021. O pedido de impeachment foi apresentado em maio de 2020 por dois deputados estaduais do Rio de Janeiro, Luiz Paulo (Cidadania) e Lucinha (PSDB).
Os parlamentares destacaram as informações da Operação Placebo, deflagrada pela Polícia Federal para investigar desvios na saúde do Rio de Janeiro, e pediram a cassação do governador. Ele também perdeu os poderes políticos pelos próximos cinco anos.
De acordo com a denúncia, Witzel cometeu crime de responsabilidade no enfrentamento à pandemia da covid-19 pela participação em um esquema de corrupção com o desvio de dinheiro público destinado a ações de combate à crise sanitária no Rio de Janeiro.
Segundo investigação do Ministério Público Federal (MPF), o político era o líder de uma organização criminosa que fraudou contratos firmados pelo governo estadual, por exemplo, para a instalação de hospitais de campanha para combate ao novo coronavírus no estado.
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