O presidente Jair Bolsonaro participou, nesta nesta sexta-feira (17/12), por meio de videoconferência, da 59ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados. Em discurso, o presidente focou em lamentar o insucesso da redução da Tarifa Externa Comum (TEC) e destacou que a medida seguirá sendo prioritária na agenda. A TEC é um conjunto de tarifas sobre a importação de serviços e produtos dos países que integram o Mercosul.
"Lamentamos que não tenhamos podido lograr acordos sobre esse tema nesse semestre a despeito dos esforços realizados pelo Brasil e de nossa disposição em aceitar redução inferior aquela que planejamos inicialmente. Seguimos acreditando que essa redução beneficiará nossos setores privados e cidadãos e por essa razão o tema continuará sendo prioritário em nossa agenda. O Mercosul deve ser um instrumento de promoção da prosperidade e liberdade dos nossos povos, deve ser capaz de inserir nossos países na economia mundial e ampliar a integração de nossa economias nas cadeias globais de geração de riquezas".
Bolsonaro também falou da vacinação contra covid-19 no país. "Comprovamos a determinação em proteger nossas populações dos efeitos adversos da crise social e econômica gerada pela pandemia e em oferecer vacinas a todos de forma acelerada. O governo permanece comprometido com a recuperação da economia e do crescimento sustentável. Os esforços nos campos da saúde e da economia caminham juntos. Foi essa convicção que nos levou a escolher o tema central do Fórum Empresarial do Mercosul: a integração produtiva do setor de fármacos. A pandemia demonstrou que não podemos ficar dependentes de importações de fora da nossa região num setor tão fundamental para a vida de nossas populações".
O chefe do Executivo ainda culpou indiretamente governadores pela alta dos preços no Brasil. "Ressurgem pressões inflacionárias como resultado de restrições internacionais e medidas restritivas internas decorrentes da pandemia e da escassez de oferta na economia mundial. O combate a inflação é tarefa que tem envolvido várias ferramentas de política econômica e que deve ser cumprida rapidamente. Precisamos proteger a capacidade de consumo especialmente dos setores de mais baixa renda, o mais afetado pela pandemia".
Bolsonaro enfatizou também que o objetivo do grupo é "um Mercosul de resultados comprometido a entregar benefícios à população".
Livre comércio
O líder do Executivo ainda falou sobre a expectativa de assinatura com a União Europeia e a Associação Europeia de Livre Comércio. "Estamos trabalhando para avançar rapidamente rumo à assinatura desses acordos, sempre mantendo o equilíbrio original a que chegamos depois de longas negociações. Da mesma forma, vamos continuar impulsionando as tratativas em curso com Canadá, Coreia do Sul, Singapura e Líbano", completou.
"No que se refere à Ásia, celebramos a decisão de lançar negociações com a Indonésia e esperamos poder fazê-lo em breve com o Vietnã. Temos trabalhado igualmente em favor da expansão de nosso acordo parcial com a Índia".
Ele destacou também que o Brasil continua focando em expandir a fronteira de liberalização comercial para além da América do Sul, mediante tratativas com parceiros da América Central e do Caribe, a começar pela República Dominicana e El Salvador.
Outra conquista citada por ele na área econômica é a aprovação de um acordo que permitirá a profissionais de diversas áreas, como engenharia e arquitetura, exercer temporariamente sua profissão em todos os estados partes do Mercosul.
"A vocação do Mercosul é a criação de riqueza; é a promoção de maior abertura de nossa região ao mundo, permitindo ao nosso setor privado investir e planejar o futuro. É beneficiar diretamente o cidadão, para que exerça plenamente sua liberdade de circular, investir e buscar seu bem-estar. É esta vocação, que há 30 anos esteve na base da criação do bloco, que deve ser recuperada e colocada em primeiro plano por todos nós", concluiu.