Em reunião do Diretório Nacional do PT, nesta quinta-feira (16/12), o partido decidiu abrir conversas para criar uma federação partidária com o PSB, PCdoB, PSol e PV. A presidente do partido, Gleisi Hoffman apresentou a proposta.
Aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral para as eleições de 2022, as federações partidárias permitem que dois ou mais partidos se unam para atuar como uma só legenda política nas eleições e na legislatura. Essa união precisa durar pelo menos quatro anos do mandato legislativo e seguir as mesmas regras do funcionamento parlamentar e partidário. O partido voltará a discutir o assunto em fevereiro de 2022.
No caso de alguma legenda deixar a federação antes do prazo, o partido sofre punições, como a proibição do uso do fundo eleitoral. Outra exigência imposta é que as federações tenham abrangência nacional.
Ao Correio, o líder do partido no Senado, Humberto Costa (PT-PE) disse que o objetivo é formar uma frente ampla da esquerda no Congresso. No entanto, o senador alegou que o tema ainda enfrenta resistência:
“Tem muitas preocupações se o PT vai deixar de eleger parlamentares, em outros estados, fazendo concessões. Mas em geral o debate foi positivo, acho que há clima que possa permitir a realização, dependendo das discussões que estão por vir”, afirmou.
A resolução acontece um dia depois de o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin deixar o PSDB. A eventual filiação de Alckmin ao PSB, para se tornar vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, não foi tema central da reunião.
“Não se entrou muito nessa discussão de composição de vice, mas é uma possibilidade, que isso aconteça”, disse o senador Humberto Costa.
Outro fato relevante para os petistas é a pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (16), na qual o petista aparece com 48% das intenções de voto válidos, o que daria a vitória ao ex-presidente ainda no primeiro turno.
O PT divulgou a seguinte nota:
“O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores: Resolve iniciar conversações sobre Federação Partidária com PSB, PC do B, PSOL e PV, cabendo à Comissão Executiva Nacional do Partido conduzir este processo de diálogo para posterior decisão do DN, sobre eventual participação, a partir de um debate programático, esgotando o debate interno a partir da escuta às direções estaduais, municipais, observando os prazos definidos pela Justiça Eleitoral. Brasília, 16 de dezembro de 2021.”
Violência política
O ataque do apresentador Carlos Roberto Massa, o Ratinho, à deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) também foi pauta da reunião. O apresentador sugeriu que a deputada fosse metralhada ao discordar da proposta da parlamentar para retirar os termos “marido e mulher” das celebrações de casamentos civis.
Ao Correio, a ex-ministra de Direitos Humanos do governo Dilma, Ideli Salvatti disse que o partido aprovou monções para preparar uma agenda com diversas ações de conscientização acerca do tema.
“Não adianta o TSE fazer uma grande campanha de TV e não tomar nenhuma providência contra violência parlamentar contra mulheres.”, afirmou a dirigente petista.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro