O governador do Acre, Gladson Camelli (PP), é alvo de operação da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (16/12). Ele é suspeito de operar um esquema de corrupção na cúpula do governo estadual. Segundo a investigação, os valores movimentados por ele e outros envolvidos ultrapassam R$ 800 milhões.
A ministra Nancy Andrighi, do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), autorizou os mandados de busca e apreensão da Operação Ptolomeu, comandada pela PF, com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).
A dinâmica do esquema consistia em desviar recursos públicos, ocultando a destinação dos valores.
Os agentes cumpriram 41 mandados de busca e apreensão no Acre, Amazonas e Distrito Federal. A única prisão foi do assessor ligado ao governador, que foi encontrado e levado pela PF, mas alguns assessores ligados ao governador foram afastados de suas funções.
Além disso, o STJ determinou o bloqueio de R$ 7 milhões nas contas dos investigados e o sequestro de veículos de luxo. Todos os suspeitos tiveram o afastamento decretado pela Justiça.
Em nota, a Polícia Federal explicou que foi possível identificar transações financeiras suspeitas em contas correntes, pagamentos de boletos de cartão de crédito por parte de laranjas e transações para compra de imóveis de alto valor e subfaturadas de carros de luxo.
“Verificou-se, ainda, a prática constante de altas movimentações de valores em espécie, inclusive com uso do aparato de segurança pública. Foi possível constatar que os valores movimentados pelos envolvidos ultrapassam R$ 800 milhões, montante totalmente incompatível com o patrimônio e a atividade empresarial dos investigados”, disse a PF.
Em nota, o governador, que é aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), se colocou a favor das ações de combate à corrupção e se dispôs a colaborar com as investigações. “Confio que ao final do trabalho da Polícia Federal, todos os fatos e responsabilidades serão apuradas e permitirão que o estado continue se desenvolvendo com transparência, correção e eficiência”, escreveu.
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