O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), se manifestou contra o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do caminheiro bolsonarista Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão. Os advogados solicitam a soltura do réu, para que ele seja transferido para prisão domiciliar, monitorado por tornozeleira eletrônica.
O bolsonarista está preso desde o fim de outubro, após uma ordem de prisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, por incitar violência e atos antidemocráticos nas manifestações do feriado do Dia da Independência. Para Barroso, a defesa “não trouxe novos argumentos suficientes para modificar a decisão ora agravada”, e por isso, o “recurso não deve ser provido”.
O habeas corpus está sendo julgado em plenário virtual pela 1ª Turma do STF, e Barroso é o relator da ação. Além dele, os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Rosa Weber e Dias Toffoli compõem o colegiado, mas ainda não se manifestaram. Os votos podem ser disponibilizados no sistema até o dia 13 deste mês.
Fuga
Zé Trovão é um dos principais personagens envolvidos na incitação de atos antidemocráticos de 7 de Setembro. Ainda não se sabe como e com quais recursos o bolsonarista escapou das buscas da Polícia Federal — é possível que ele já estivesse fora do país no dia das manifestações do feriado.
Enquanto a polícia não conseguia localizá-lo, o caminhoneiro manteve os ataques ao Judiciário e aos contrários ao governo do presidente Jair Bolsonaro, por meio do Telegram. Ele dizia que estava escondido na casa de um amigo, no México.
O youtuber que incentiva paralisações e invasões ao STF e ao Congresso Nacional começou a ficar conhecido a partir de março deste ano. Por meio do canal Zé Trovão, a Voz das Estradas, hoje fora do ar, Marcos Gomes chegou a ter em torno de 40 mil seguidores; depois, migrou para um canal no Telegram.
Saiba Mais