O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar nesta quinta-feira (2/12) o "passaporte da vacina". O chefe do Executivo disse que o país "não aguenta mais" um novo lockdown, pediu às autoridades para que não fizessem da vacina o que chamou de "cavalo de batalha" e defendeu que o governo agiu em meio à pandemia da covid-19.
"Não podemos, nós não aguentaremos mais, nós ou o mundo, novos lockdowns, novo 'fecha tudo e a economia a gente depois'. E nós só resistimos porque o Executivo fez a sua parte. Todos os ministros trabalharam nessa linha, em especial, o da Economia, Paulo Guedes. (Na pasta) Foi gasto via endividamento aproximadamente R$ 700 bilhões. E olha que as consequências até não são tão graves assim perto do que aconteceu e está acontecendo em outros países do mundo, com inflação alta e até mesmo desabastecimento", alegou.
O presidente ainda voltou a criticar as vacinas contra covid-19. "E um apelo que eu faço para todas as autoridades: vamos tratar a questão do vírus como uma questão de saúde pública, de responsabilidade e não política. Nós não suportaremos mais um lockdown. Até mesmo, como diz a OMS (Organização Mundial da Saúde), não sou eu que estou dizendo que os totalmente vacinados, aqueles que tomaram a segunda dose de uma vacina ou a primeira de outras marcas, podem se contaminar, transmitem o vírus e, também, podem morrer. É uma realidade. E devemos então aperfeiçoar a nossa legislação para não prejudicar qualquer que seja o outro setor", disse. Os imunizantes não impedem a contaminação pelo vírus, mas evitam casos mais sérios e internações hospitalares.
"E uma coisa muito importante: a nossa liberdade. São algumas vacinas experimentais, outras não experimentais, mas, segundo conversa que eu tive, está gravado com o próprio senhor Thedros (Adhanom) da OMS, tem muita incógnita pela frente. Não façamos da vacina uma batalha, cavalo de batalha para objetivar fins políticos lá na frente. O governo não poupou esforços para que todos aqueles que voluntariamente quisessem se vacinar o fizessem", completou o chefe do Executivo.
Passaporte da vacina
Bolsonaro disse também que governadores e prefeitos que exigem o chamado passaporte da vacina estão "extrapolando".
"Entendo que aquelas autoridades outras que estão exigindo passaporte vacinal calcadas numa lei de fevereiro do ano passado, quando não existia ainda a vacina, estão extrapolando. A liberdade de se vacinar é de cada cidadão brasileiro, no que depender do governo federal. Repito: compramos vacina para todo mundo. Por parte do governo federal, ninguém foi obrigado a se vacinar, ninguém foi ameaçado de perder direito ou perder o emprego caso não se vacinasse. Vamos respeitar esse direito de cada um de nós porque amanhã pode ter uma coisa que você, hoje, vacinado, não concorde. E você não vai querer que se obrigue a fazer essa coisa no dia de amanhã. Não podemos começar cada vez mais a tolher direitos nossos. A nossa liberdade não tem preço", concluiu.