Ainda sem apresentar um nome para concorrer à Presidência da República, a Rede Sustentabilidade pretende reorganizar o seu programa e então tomar uma decisão sobre sua posição nas eleições do ano que vem. Por enquanto, o partido está focado em conseguir candidatura fortes o suficiente para ultrapassar a cláusula de barreira, dispositivo que impede a atuação parlamentar de um partido que não consegue alcançar um determinado percentual de votos. Foi o que destacou a ex-senadora e porta-voz nacional da Rede, Heloísa Helena, em entrevista a jornalista Ana Maria Campos no Correio Braziliense nesta quinta-feira (2/12).
"Eu entendo que todas as pessoas da Rede que puderem ser candidatas têm que apresentar o nome para candidaturas de deputados federais", destacou, citando o próprio nome e o da ex-senadora Marina Silva, mas sem cravar quem sairá como candidato.
Em relação a Presidência, Heloísa Helena destaca que a candidatura que mais dialoga com o partido, por enquanto, é a do ex-ministro Ciro Gomes (PDT). "Ele tem conversado conosco, mas não tem nada decidido. Foi a única candidatura que nos chamou para conversar e a única que apresentou propostas concretas e objetivas sobre questões econômicas", destacou. "Estamos debatendo diante desses escombros de lutos, lágrimas, sofrimento e desemprego no Brasil. Como vai ficar a situação, a gente vive hoje uma situação dramática. Temos hoje na Presidência da República alguém que se comporta como um soldado covarde e sem honra que deixa feridos para trás. Então, a gente está atualizando nosso programa para, com base nele, fazer escolhas."
Questionada sobre um eventual apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Heloísa Helena se esquiva. "Para a gente, falar de nomes é difícil. Para nós, o essencial é atualizarmos o programa e identificarmos se vamos precisar ter candidatura própria", afirmou.
A ex-senadora também criticou a ideia de que seria preciso um nome de terceira via para derrotar o presidente Jair Bolsonaro e Lula. "Ideologicamente, como eu me reivindico de esquerda, eu tenho pavor desse nome terceira via, porque é como se fosse algo meio fluído. É muita presunção nossa achar que o mundo se divide em torno de dois espaços. É resumir muito a vida, especialmente em um país como o Brasil, com imensas diferenças", afirmou. "A gente entende que tem espaço para os debates nacionais", completou.
Candidaturas estaduais
No âmbito estadual, Heloísa Helena disse que a ideia da sigla é lançar somente duas candidaturas. A do senador Randolfe Rodrigues, no Amapá, e a do ex-prefeito da Serra, Audifax Barcelos, no Espírito Santo. No entanto, Heloísa não descartou uma eventual candidatura do deputado distrital Leandro Grass ao governo do Distrito Federal, apesar de deixar claro que o desejo do partido é que ele saia como candidato a uma vaga na Câmara. "Esse é um debate que vai ser feito na Rede DF e nacional. Estamos fazendo um esforço grande para que o DF entregue um deputado ou deputada para a Rede superar a cláusula de barreira".