As redes sociais deixaram de ser um território tranquilo para o presidente Jair Bolsonaro (PL). Uma pesquisa da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta tendência de queda do chefe do Executivo em todas as plataformas.
Agora, Bolsonaro precisa lidar com o crescimento exponencial dos adversários nas plataformas e ainda tentar manter o engajamento que o ajudou no último pleito. Em questão de desempenho, o presidente já aparece tecnicamente empatado com Lula (PT) no Twitter.
No YouTube, Ciro Gomes (PDT) ficou bem próximo no número no engajamento das postagens. Segundo o estudo da FGV, o pedetista chegou a ficar à frente de Bolsonaro em três das sete semanas analisadas. No Instagram, Lula também se aproxima de Bolsonaro. A melhora do petista se deve, segundo a FGV, por conta de posts sobre sua viagem à Europa e a entrevista concedida ao podcast Podpah — que teve mais de 8 milhões de visualizações no YouTube.
Para chegar aos dados, a Fundação analisou 82,2 milhões de interações nos perfis oficiais de Bolsonaro, Lula, Ciro, Marina Silva (Rede), João Doria (PSDB) e André Janones (Avante). As postagens usadas para o estudo foram entre os dias 1 de novembro e 19 de dezembro.
Jair Bolsonaro é dono de uma expressiva presença em redes sociais entre políticos brasileiros. No entanto, passou a ser alvo da Justiça por conta da divulgação de fake news. Para a campanha do ano que vem, o presidente tenta repetir os feitos de 2018.
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Críticas ao Judiciário
No balanço de fim de ano, o presidente Jair Bolsonaro mostra que ainda não esqueceu todas as desavenças que teve com o Supremo Tribunal Federal (STF) ao longo de 2021. Durante a penúltima live do ano, ele foi questionado sobre o ano que está se encerrando e disse que a "tristeza" foi a interferência do Judiciário em seu governo. Apesar de não citar nomes, a declaração foi uma referência direta às decisões dos ministros da Corte.
"As tristezas são as interferências indevidas. O tempo todo interferência indevida no Poder Executivo, afasta a presidente do Ibama, não deixa nomear não sei quem lá, tem que fazer isso, tem que fazer aquilo, não é atribuição dessas outras pessoas isso. Poderíamos estar melhor se não tivessem algumas pessoas nos atrapalhando", disse.
Desde que assumiu a presidência da República, Bolsonaro faz duras críticas ao STF. O presidente afirma que o tribunal atua em causas que são de competência de outras esferas. Um desses exemplos, segundo ele, foi a decisão da Corte que permitiu a prefeitos e governadores adotarem medidas contra a disseminação da covid-19 e a proibição, em 2020, de o diretor da Abin, Alexandre Ramagem, assumir o comando da Polícia Federal.
O presidente também citou a aprovação do ministro André Mendonça para o STF, em uma espécie de campanha antecipada, ressaltou que o próximo presidente eleito poderá indicar dois nomes para a Corte. "No ano que vem, quem você botar na Presidência vai indicar dois ministros para o Supremo, como eu indiquei ministros que tem uma certa afinidade conosco. Defende as pautas de família, armas, liberdade religiosa. Eu duvido que eles vão agir diferente do que eu estou falando aqui e agora", afirmou.
O auge da crise entre os Poderes foram as manifestações antidemocráticas de 7 de setembro. Os protestos pediam expressamente o fechamento do STF e a destituição de todos os ministros da Corte. Jair Bolsonaro chegou a dizer que não obedeceria mais às ordens do Supremo. No entanto, pressionado e cada vez mais isolado, ele divulgou uma 'Carta à Nação', escrita com a ajuda do ex-presidente Michel Temer, recuando de todos os ataques e afirmando que iria trabalhar em prol da "harmonia entre os Poderes"
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